ID: 65587
Autoria:
Ivanete Schneider Hahn, Eliane Schleder Cezar Bonatti, Anderson Antônio Mattos Martins.
Fonte:
Administração Pública e Gestão Social, v. 14, n. 1, p. 1-21, Janeiro-Março, 2022. 21 página(s).
Palavras-chave:
Autocontrole individual , Comportamentos desviantes , Desengajamento moral , Identidade moral , Tomada de decisão antiética
Tipo de documento: Artigo (Inglês)
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Objetivo da pesquisa: analisar a propensão para decisões corruptas, considerando os pré-candidatos à prefeito(a) e vereador(a), utilizando como recorte de análise as eleições municipais 2020. Enquadramento teórico: o estudo se sustenta na vertente comportamental da corrupção, enquanto comportamento desviante, bem como das motivações intrínsecas e extrínsecas à corrupção, sendo subdividas em: propensão a tomada de decisão antiética, autocontrole individual, identidade moral, culpabilidade e desengajamento moral. Essa vertente comportamental da corrupção é sustentada no texto pela Teoria da Agência e Teoria da Escolha Pública. Metodologia: Foi conduzido um estudo quantitativo, exploratório e descritivo. Na operacionalização, utilizou-se uma survey de corte transversal, sendo os dados levantados por meio de um questionário estruturado aplicado a uma amostra válida de 115 précandidatos às eleições municipais de 2020. A análise dos dados utilizou técnicas estatísticas univariadas e bivariadas. Resultados: (1) baixa propensão a tomada de decisão antiética, alto autocontrole individual, identidade moral alta, culpabilidade baixa e baixa propensão ao desengajamento moral; (2) existe uma associação significativa e positiva entre as variáveis de autocontrole individual com culpabilidade, desengajamento moral; e a identidade moral se mostra associada positivamente ao desengajamento moral, já o desengajamento moral positivamente com a variável de possuir cargo eletivo anterior ou não. Originalidade: A principal contribuição da pesquisa está na análise da temática sobre os legisladores e executores municipais, na versão de pré-candidatos. Contribuições teóricas e práticas: (1) baixa representatividade das mulheres inclusive enquanto pré-candidatas; (2) a amostra considera os ‘outros’ políticos pré-dispostos a tomada de decisão antiética, mas não eles próprios; (3) amostra com alta capacidade de autocontrole, especialmente a parte da amostra que não ocupou um cargo eletivo anterior; (4) as mulheres possuem maior grau de culpabilidade que os homens, isto é, são menos propensas a decisões que firam os preceitos éticos e morais, ou ainda, a corrupção; (5) pode-se dizer que a amostra possui baixa propensão a comportamentos desviantes, isto é, de corrupção.