ID: 52582
Autoria:
Paula Karina Salume, Liliane de Oliveira Guimarães.
Fonte:
BASE - Revista de Administração e Contabilidade da UNISINOS, v. 15, n. 4, p. 328-343, Outubro-Dezembro, 2018. 16 página(s).
Palavras-chave:
arranjos produtivos , gemas e joias , governança
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Estudos tem mostrado que, nos arranjos produtivos, a proximidade geográfica das firmas não é suficiente para determinar o crescimento da região. A literatura tem apontado para a necessidade de mecanismos de coordenação que viabilizem a articulação interfirmas e a eficiência coletiva. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi analisar e comparar elementos da governança, sob a perspectiva da microgovernança, nos arranjos produtivos de pedras, gemas e joias dos Estados do Pará e Rio Grande do Sul. A pesquisa se baseou em um estudo de casos múltiplos, com realização de 23 entrevistas com atores relevantes das localidades, aliada à análise documental. A fase de tratamento dos dados contou com a utilização de técnicas de análise de conteúdo. A despeito dos casos investigados se situarem em regiões opostas do país, constatou-se muita similaridade na governança dos dois arranjos, especialmente em seus primeiros anos de existência. Em ambos, os recursos naturais e a mão de obra especializada foram condicionantes para a formação e evolução dos arranjos, assim como a atuação das instituições de apoio públicas e privadas. A cooperação representou importante papel na formação dos arranjos, mas foi se arrefecendo com o passar do tempo, associada à quebra de confiança e à atuação difusa da coordenação, que parece não ter sido capaz de indicar claramente os rumos dos arranjos. Observou-se, ainda, a formação de subgrupos, como se fossem spin-offs dos APLs, o que parece ter sido consequência da dificuldade de se estabelecer objetivos e atingir novos e significativos resultados de maneira coletiva ao longo do tempo.