ID: 34704
Autoria:
Fábio Vizeu, Rene Eugenio Seifert, Antonio João Hocayen-da-Silva.
Fonte:
Cadernos EBAPE.BR, v. 13, n. 2, p. 369-389, Abril-Junho, 2015. 21 página(s).
Palavras-chave:
Comunidades tradicionais , Enclaves sociais , Faxinais , Formas não convencionais de organização , Vida humana associada
Tipo de documento: Artigo (Inglês)
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Este ensaio revela as bases de uma forma de organização não convencional encontrada no Sul do Brasil, os Faxinais. Metodologicamente, sob a perspectiva de que a comunidade de Faxinal engloba uma forma tradicional de organização que têm diminuído drasticamente nas últimas décadas e de que muitas de suas características originais têm mudado, decidimos adotar uma abordagem histórica. Esse foi um meio utilizado para apreender traços e características que, apesar de perdidos ou abandonados, podem ser instrutivas quanto aos objetivos do estudo. Historicamente, o capitalismo tem adotado uma posição de ordem superior, disseminando princípios ideológicos e a racionalidade como possibilidades de evolução e melhoria de vida em comparação às bases tradicionais de organização social. A visão hegemônica do modelo dominante, com determinações impostas pela racionalidade instrumental, impõe limites à riqueza resultante da multiplicidade de crenças, tradições, costumes particulares e práticas dos Faxinais, à medida que apoia a generalização de ideias e pensamentos voltados à manutenção da lógica de desenvolvimento e progresso. Fenômenos organizacionais substantivos, como os Faxinais, estão, assim, inseridos em um processo histórico de construção, condicionados ao contexto social local de regiões do Brasil marginalizadas pelo processo de urbanização e racionalização da economia capitalista, o que fez com que seus membros desenvolvessem formas de organização da vida social, econômica e política baseadas em princípios diferentes daqueles que suportam ideologicamente o modelo organizacional capitalista. Portanto, as características dos Faxinais apontam Formas Não Convencionais de Organização que rompem com as premissas do pensamento cientifico dominante em Estudos Organizacionais.