ID: 9149
Autoria:
Bruno José Machado de Almeida.
Fonte:
Contabilidade, Gestão e Governança, v. 15, n. 3, p. 119-128, Setembro-Dezembro, 2012. 10 página(s).
Palavras-chave:
arte , Conhecimento científico , contabilidade , criação inovadora , metáforas , pintura
Tipo de documento: Artigo (Português)
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As metáforas são muito utilizadas no processo de produção da ciência e,
em particular, na geração de conhecimentos contabilísticos.
Consideradas, pelos positivistas da contabilidade e doutras ciências,
como perversões e incapazes de estabelecer uma correspondência perfeita e
inequívoca entre a palavra e o mundo, são, porém, apresentadas pelos
normativistas, como essenciais para a criatividade científica de todos
os níveis. Derivadas da linguagem corrente ou de referências culturais,
as metáforas, quer sejam de substituição, de comparação, quer de
interação, são, frequentemente, utilizadas na teoria da contabilidade
por abrirem perspetivas para a ciência por meio da construção de
analogias entre o que é conhecido e o que não é. A palavra arte –
metáfora - aparece associada à contabilidade e à gestão. A contabilidade
é concebida pelos clássicos – pelos contistas – como a arte de
escrituração dos livros comerciais. A gestão, por sua vez, como arte de
planear e decidir a aplicação de recursos escassos suscetíveis de
emprego alternativo. Se as relações entre contabilidade e gestão, quer
no nível funcional, quer no instrumental, quer no técnico, são
pacificamente admitidas por todos, a ligação destes dois ramos do saber à
arte, parece-nos uma metáfora sem conteúdo. Importa, portanto, refletir
sobre os principais requisitos associados à arte, para, em seguida,
discorrer sobre a sua aplicabilidade à contabilidade e à gestão.