ID: 42229
Autoria:
Bruno José Machado de Almeida.
Fonte:
Contabilidade, Gestão e Governança, v. 19, n. 2, p. 168-191, Maio-Agosto, 2016. 24 página(s).
Palavras-chave:
Accounting gap , Auditoria , Materialidade , Remoteness gap , Risco
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O desenvolvimento do processo de auditoria tem subjacente um conjunto de conceitos não compreendidos pelos utilizadores da informação financeira e pela generalidade dos investidores. A auditoria desenvolve-se a partir da plataforma contabilística, cujo objeto abstrato-formal incorpora um conjunto de convenções, princípios e normas que proporcionam o chamado accounting gap. Baseia-se, ainda, nos conceitos de risco e de materialidade que, sendo considerados âncoras da auditoria, não são percebidos ou entendidos pelo público em geral, originando, assim, gaps. Adicionalmente, surge o gap de credibilidade, face ao nível de julgamento implícito em qualquer modelo contabilístico: princípios e normas contabilísticas determinam o que deve ser ou não reconhecido. Por sua vez, o gap entre segurança razoável versus segurança absoluta, está igualmente presente, assim como o gap relativo ao desempenho dos auditores. Analisar o conceito e o significado destes termos, numa perspetiva interpretativa, é o objetivo central deste trabalho. Tendo subjacente o modelo de Blumer, a metodologia adotada enfatiza a interação simbólica representativa, ao sugerir que, na sociedade, cada espaço profissional interpreta de forma singular os conceitos e símbolos utilizados no processo de comunicação. O estudo sugere que os conceitos são instrumentos fundamentais utilizados na prática social para observar e representar o mundo real, para agir e nele trabalhar.