ID: 43000
Autoria:
Bruno Eduardo Freitas Honorato, Luiz Alex Silva Saraiva.
Fonte:
Desenvolvimento em Questão, v. 14, n. 36, p. 158-186, Outubro-Dezembro, 2016. 29 página(s).
Palavras-chave:
Cidade , Cidade-modelo , Ordem e subversão , População em situação de rua , Práticas cotidianas
Tipo de documento: Artigo (Português)
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É possível analisar a situação de rua, na cidade, a partir dos conhecimentos relacionados à análise de organizações? Essa questão é a base de uma proposta de aproximação entre estudos da cidade e estudos organizacionais, em uma tentativa de ampliar as fronteiras do que é tomado como organização e, assim, o que pode ser objeto de análise organizacional. Parte-se do pressuposto que a cidade, sendo por definição “habitada”, para desfrutar de um olhar adequado, precisa que a análise organizacional vá além da administração pública e do urbanismo, incorporando os que vivem a cidade e, com isso, determinam o que ela, de fato, é. A partir de uma discussão sobre cidade-modelo, subordinada a interesses econômicos, e que por isso precisa ser “limpa” para propiciar seu consumo imediato, e sobre o papel no management na promoção da cidade global, envereda-se pelas contribuições de Michel de Certeau sobre as cidades praticadas e as microliberdades possíveis na apropriação popular do urbano. As principais contribuições sugerem que a cidade é um locus dos estudos organizacionais por excelência, sendo seus diversos aspectos possíveis partes, também, da análise organizacional, uma vez que a dinâmica social urbana abriga múltiplos confrontos, como os entre ordem e subversão, o que expõe diversas possibilidades de entender a cidade organizacionalmente.