ID: 62265
Autoria:
Benilson Borinelli, Fábio Coltro, Josiane Rowiechi.
Fonte:
Gestão & Conexões, v. 9, n. 3, p. 122-146, Setembro-Dezembro, 2020. 25 página(s).
Palavras-chave:
antropoceno , capitaloceno , ciclo hidrossocial , desigualdade , organizações
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O advento do Antropoceno tem fomentado inúmeras querelas entre correntes de pensamento sobre as causas e consequências dessa nova era para o planeta e para a humanidade, diante do iminente esgotamento e aprofundamento da distribuição desigual dos recursos naturais. Neste ensaio teórico crítico, propomos a noção de desigualdade hidrossocial como uma leitura alternativa da desigual apropriação física, discursiva e política da água sob a lógica capitalista. Para isso, recorremos, fundamentalmente, às contribuições do Capitaloceno, mais especificamente às ideias de Ecologia Mundo Capitalista e de Natureza Barata, e do ciclo hidrossocial. A noção de desigualdade hidrossocial permite atualizar e ampliar o marco analítico temporal, espacial e material da crise hídrica. A apropriação e distribuição assimétrica do “ciclo hidrológico” e de externalidades, com a submissão cada vez maior do ciclo hidrossocial à lógica neoliberal e estatal, tende a exacerbar as modalidades de desigualdade, injustiças, conflitos, violências de uma crise de grandes proporções.