ID: 30170
Autoria:
Maria Ceci Misoczky.
Fonte:
RAE-eletrônica, v. 4, n. 1, p. 1-17, Janeiro-Junho, 2005. 17 página(s).
Palavras-chave:
Mecanismo isomórfico , organizações de saúde , profissão
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O artigo apresenta o desenvolvimento de uma perspectiva multidisciplinar para o estudo do comportamento das empresas e demais instituições econômicas no capitalismo contemporâneo. A partir de um extenso levantamento bibliográfico sobre o tema, este trabalho procura integrar contribuições oriundas de três abordagens teóricas fundamentais à temática do institucionalismo - a economia dos custos de transação, a perspectiva evolucionista e a abordagem das interações estratégicas da firma. Em conjunto, essas abordagens oferecem contribuições relevantes para uma análise mais robusta sobre a importância das capacidades relacionais das firmas no contexto dos novos arranjos produtivos, em especial no contexto das redes organizacionais.O mecanismo normativo de pressão isomórfica, na teoria institucional, tem sua emergência identificada com a influência do profissionalismo em certos tipos de organizações e, em especial, organizações de ensino e de saúde. Discute-se, nesse ensaio teórico, a adequação do mecanismo normativo como tipo ideal para a análise das organizações de saúde. Questiona-se a sua utilidade, dada a dificuldade de separar, neste tipo de organização, aspectos normativos dos regulativos e cognitivos. Para tanto retomam-se as formulações originais de Weber a respeito da legitimidade, bem como as de Freidson sobre o profissionalismo. Identifica-se, nas interpretações realizadas por Parsons da obra de Weber, as origens da ênfase no mecanismo normativo. Argumenta-se que, nas organizações de saúde, o mecanismo normativo não se mostra adequado enquanto categoria de análise, já que operam, centralmente, com base no trabalho médico, cujo processo de profissionalização se concretizou através da auto-regulação e da disseminação de crenças.