ID: 8520
Autoria:
Carlo Borgaza, Sara Depredi, Giulia Galera.
Fonte:
RAUSP Management Journal, v. 47, n. 3, p. 398-409, Julho-Setembro, 2012. 12 página(s).
Palavras-chave:
benefício mútuo , benefício privado , benefício público , economia comportamental , economia evolucionária , motivações não pecuniárias , variedade organizacional
Tipo de documento: Artigo (Inglês)
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A variedade de instituições e organizações existentes crescentemente
caracteriza os sistemas econômicos avançados. Ao passo que as teorias
econômicas tradicionais enfocavam quase que exclusivamente organizações
maximizadoras de lucros (ou seja, empresas geradoras de lucro) e
organizações governamentais, a crescente relevância das
organizações sem fins lucrativos e particularmente das organizações
sociais exige dos pesquisadores reflexões sobre uma nova abordagem
econômica ampla, capaz de explicar tal variedade organizacional. Neste
artigo, examinam-se as principais limitações das teorias ortodoxas e
institucionais e reafirma-se a necessidade de criar e testar um novo
arcabouço teórico, que leve em conta as formas variadas empregadas
por organizações diversas na perseguição de seus objetivos, as variadas
motivações que impelem os atores e as organizações, e os diferentes
padrões de aprendizagem e rotinas dentro das organizações. O novo
arcabouço analítico aqui proposto baseia-se em desenvolvimentos
recentes, principalmente evolutivos e comportamentais, das teorias
da empresa. Esta passa a ser interpretada como um mecanismo de
coordenação da atividade econômica cujos objetivos não coincidem
forçosamente com a maximização de lucros. Ao contrário, os agentes
econômicos são hoje movidos por uma complexidade de motivações e uma
vontade intrínseca e não monetária de manter um papel crucial na
formação das atividades da firma, acima e além de objetivos puramente
monetários ou financeiros. Acredita-se que o novo arcabouço seja
particularmente apropriado para a correta interpretação da emergência e
do papel de formas organizacionais e de propriedade não tradicionais,
as quais não são movidas pela busca de lucros (organizações sem fins
lucrativos), sendo reconhecidas principalmente nos formatos legais das
cooperativas, Organizações Não Governamentais (ONGs) e empresas sociais.
Uma gama contínua de formas organizacionais, que vão desde atividades
geradoras de lucro até atividades voltadas ao bem público,
e que englobam organizações de benefício mútuo como seu principal constituinte, são aqui consideradas e discutidas.