ID: 16798
Autoria:
Cláudio Antonio Pinheiro Machado Filho, Décio Zylbersztajn.
Fonte:
RAUSP Management Journal, v. 39, n. 3, p. 242-254, Julho-Setembro, 2004. 13 página(s).
Palavras-chave:
ética nos negócios , governança corporativa , responsabilidade social corporativa , stakeholders , Teoria da Agência
Tipo de documento: Artigo (Português)
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A questão da responsabilidade social corporativa é alvo de crescentes
debates no ambiente acadêmico. É amplamente aceita a idéia de que a
atividade de negócios possui uma dimensão ética, além da econômica e da
legal. Contudo, não há consenso sobre a natureza da dimensão ética e
sobre quem deve responsabilizar-se por ela. Um grupo de acadêmicos
defende a visão dos stockholders: a idéia é que a única responsabilidade
social dos gestores de negócios é incrementar os lucros dos donos das
organizações, sem fraudes nem enganos. Outro grupo argumenta com base na
visão dos stackholders: os gestores têm deveres para com diversos
grupos – clientes, fornecedores, empregados, comunidade –, todos eles
afetados pelas decisões da firma. Neste artigo, serão avaliadas essas
visões no contexto institucional em que se realiza a atividade de
negócios. O ambiente institucional é o principal fator motivacional para
induzir o comportamento da firma em relação às questões ética e social.
Mudanças nos ambientes institucional, formal e informal, como
conseqüência da crescente integração dos mercados, são importantes
vetores de mudanças comportamentais das empresas no mundo todo e
especialmente no contexto brasileiro. Neste trabalho, dá-se destaque à
interface entre ambiente institucional, atividade de negócios, ética,
reputação e responsabilidade social corporativa de uma empresa
brasileira que atua em negócios agroindustriais (Jari Celulose, empresa
do Grupo Orsa). Discutem-se os principais incentivos para a companhia
engajar-se em tais programas sociais. Como conclusão, a principal
evidência indica que as instituições importam para o desempenho
econômico e social dos agentes. O novo quadro institucional, decorrente
da evolução tecnológica, especificamente nas comunicações, os novos
marcos regulatórios nas questões ambientais e sociais e as mudanças no
comportamento do consumidor fazem crescer as preocupações éticas das
organizações, induzindo-as a desenvolverem ações de responsabilidade
social como uma estratégia para ganhar ou, pelo menos, manter sua
reputação.