ID: 16843
Autoria:
Elieber Mateus dos Santos, Edson de Oliveira Pamplona.
Fonte:
RAUSP Management Journal, v. 40, n. 3, p. 232-252, Julho-Setembro, 2005. 21 página(s).
Palavras-chave:
análise de investimentos , flexibilidade administrativa , opções reais , pesquisa e desenvolvimento (P&D)
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O ambiente de competição no qual as empresas estão inseridas tem feito
com que elas busquem rápida adaptação às mudanças, procurando investir
em projetos que venham a criar opções, tornando-as, dessa forma, mais
flexíveis. Nesse contexto, o uso estático das técnicas tradicionais de
avaliação de investimentos, principalmente o Fluxo de Caixa Descontado,
tem sofrido duras críticas, uma vez que essas não têm sido capazes de
captar o valor da flexibilidade administrativa presente em muitos
projetos. Tal fato tem levado praticantes de Administração e acadêmicos à
busca de métodos mais sofisticados de avaliação de investimentos que
sejam capazes de lidar com a incerteza, a irreversibilidade e a
aprendizagem. A habilidade da teoria de precificação de opções em
quantificar a flexibilidade em investimentos em projetos estratégicos a
torna uma opção atraente se comparada à análise feita pelo padronizado
Fluxo de Caixa Descontado. Um projeto de pesquisa e desenvolvimento pode
ser considerado um caso típico para a aplicação da Teoria das Opções
Reais, pois a decisão de investir nos resultados de uma pesquisa pode
não ser exercida, e a possibilidade dessa decisão não é considerada nos
métodos tradicionais. Do exposto, este trabalho vem demonstrar a Teoria
das Opções Reais aplicada à análise de investimento em um projeto real
de pesquisa e desenvolvimento, contribuindo, dessa forma, para a redução
do gap entre a teoria e a prática. São usados dois métodos: o de
Kallberg e Laurin (1997); e o de Geske (1979), adaptado para opções
reais por Kemna (1993) e apontado por Perlitz, Peske e Schrank (1999)
como uma importante ferramenta na avaliação de opções compostas. Os
resultados são comparados com aqueles obtidos por meio do tradicional
Fluxo de Caixa Descontado e da Árvore de Decisão. Por fim, embora a
Teoria das Opções Reais esteja em estágio de desenvolvimento e
consolidação, sugere-se que ela possa ser encarada e usada como
promissora ferramenta no processo de tomada de decisão.