ID: 16865
Autoria:
Ariovaldo dos Santos, Carlos Roberto de Godoy.
Fonte:
RAUSP Management Journal, v. 41, n. 1, p. 29-42, Janeiro-Março, 2006. 14 página(s).
Palavras-chave:
combinações de empresas , fusões e aquisições , métodos de contabilidade para fusões e aquisições
Tipo de documento: Artigo (Português)
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A principal motivação neste artigo foi investigar e questionar a
evolução do arcabouço teórico, normativo e prático da contabilidade para
fusões e aquisições de empresas (accounting for business combinations)
no mercado norte-americano, já que as normas emanadas pelos Estados
Unidos sustentam, na essência, os modelos de evidenciação adotados na
Comunidade Européia e em vários outros países. A tradição
norte-americana de estudos avançados de normas e práticas de
contabilidade, associada à constante necessidade de adaptação da
contabilidade às práticas econômicas (fusões e aquisições), levou aquele
país a desenvolver um arcabouço teórico e normativo de contabilidade
para fusões e aquisições de empresas até hoje não superado. O
desenvolvimento do trabalho consistiu na análise dos principais
pronunciamentos relativos aos Princípios de Contabilidade Geralmente
Aceitos nos Estados Unidos (US-GAAP), desde os mais antigos até chegar
às recentes normas emitidas pelo Financial Accounting Standards Board
(FASB) em 2001, especificamente os SFAS n.141 e n.142. Como resultado,
pôde-se constatar que, após diversas e diferenciadas técnicas de
registro contábil das operações de fusões e aquisições de empresas, o
pronunciamento do FASB (SFAS n.141), que substituiu o Accounting
Principles Board (APB) Opinion (APBO) n.16 (business combinations) e
eliminou o uso do Método de União de Participações, deixou os US-GAAP
mais consistentes com as normas de contabilidade de outros países. O
destaque que se faz ao pronunciamento do FASB (SFAS n.142), que
substituiu o APBO n.17 (intangible assets), é a aproximação do
tratamento contábil dado ao goodwill, apurado nas combinações
contabilizadas pelo Método de Compra, à sua verdadeira essência
econômica. Foi possível detectar que determinadas práticas contábeis,
tanto nos Estados Unidos como no Brasil, ao longo do tempo visaram
manipular indicadores financeiros e resultados. Também se constatou que
as recentes alterações realizadas pelo órgão normatizador (FASB), da
mesma forma que no passado, acabaram sendo impulsionadas, dentre outras
razões, com o intuito primordial de restringir essas manipulações
empregadas por empresas fusionadas ou adquiridas.