ID: 18129
Autoria:
Décio Zylbersztajn, Sérgio Giovanetti Lazzarini, Cláudio A. Pinheiro Machado Filho.
Fonte:
RAUSP Management Journal, v. 34, n. 3, p. 21-31, Julho-Setembro, 1999. 11 página(s).
Palavras-chave:
biotecnologia , coordenação , eficiência , organismos geneticamente modificados , sistema agroindustrial
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Existem várias experiências de sucesso na aplicação da biotecnologia, em especial nas áreas de saúde e agricultura. Um dos casos mais marcantes é, certamente, o da chamada soja Roundup Ready (RR), resultante de pesquisas apresentando modificação genética para possibilitar a tolerância ao uso de herbicidas à base de glifosato. Os benefícios almejados com tal tecnologia enquadram-se na linha de aumento de produtividade e redução de custos pelo menor uso de defensivos e pela alocação mais eficiente do maquinário e da mão-de-obra empregados na produção de soja, simplificando e reduzindo os custos de atividades de combate a ervas. Embora nesse tipo de discussão seja comum observar somente os impactos causados no segmento agrícola e as implicações para a organização da indústria de insumos, pouco se tem analisado sobre os efeitos que a biotecnologia pode acarretar para o sistema agroindustrial como um todo, até os consumidores finais. Esse é justamente o objetivo nesse artigo: imprimir uma visão mais sistêmica a essa discussão. Buscou-se fazer uma revisão da literatura acerca do tema para a discussão das principais questões polêmicas envolvidas. Avaliando-se conjuntamente essas questões, parece haver mais benefícios do que custos, especialmente se se considerar que a biotecnologia já faz parte de um novo paradigma competitivo do agribusiness. Esse ponto deveria ser cuidadosamente observado por órgãos de regulamentação no Brasil que controlam a liberação de genes modificados.