ID: 4580
Autoria:
Armando Dalla Costa.
Fonte:
Revista Brasileira de Inovação, v. 7, n. 2, p. 313-340, Julho-Dezembro, 2008. 28 página(s).
Palavras-chave:
Avicultura , Contratos , Integrados , Produtividade do Trabalho , Tecnologia
Tipo de documento: Artigo (Português)
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A avicultura brasileira apresentou nas últimas quatro décadas um conjunto de modificações ligadas à estrutura organizacional que englobam grande parte dos processos produtivos, administrativos e de organização do trabalho. A industrialização do setor teve início na década de 1960, impulsionada pelas empresas estabelecidas no Sul do Brasil, sobretudo a Sadia, Perdigão, Ceval, Frangosul, Aurora, entre outras. A produção passou de 217 mil toneladas em 1970 para 9,2 milhões de toneladas em 2006. Nesse mesmo período, o consumo interno brasileiro passou de 2,3 quilos para 36 quilos por habitante/ano e o preço do quilo de carne no varejo caiu de US$ 4,05 para menos de 1 dólar. Apesar desse forte aumento no consumo do mercado interno, a produção cresceu a ponto de tornar o Brasil o maior exportador mundial de frangos e derivados. Este artigo tem por objetivo analisar a influência dos contratos com os agricultores produtores de frango e as novas tecnologias empregadas nos aviários, ao longo desse tempo, e que tipo de transformações causaram na organização e na dinâmica do trabalho desses agricultores, chamados integrados. Para tanto procedeu-se a uma revisão na literatura e um levantamento junto aos produtores rurais e aos técnicos das empresas que lhes prestam assessoria, para identificar tais transformações. Concluiu-se que os contratos são um elemento-chave na relação com os integrados e que a produtividade no trabalho avançou em função das novas tecnologias e do saber acumulado pelos agricultores.