ID: 9433
Autoria:
Ernesto Giglio, Rosa Lucia Pugliese, Roseli Martins Silva.
Fonte:
Revista de Administração da Unimep, v. 10, n. 3, p. 51-69, Setembro-Dezembro, 2012. 19 página(s).
Palavras-chave:
organizações , paradigma , pesquisa , poder , redes de negócios
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O trabalho discute a utilização dos conceitos de poder nos
artigos sobre redes. A afirmativa orientadora é que o tema do poder é
raro nos artigos brasileiros, como conseqüência do paradigma cognitivo
dos pesquisadores, que entendem as redes como sistemas de cooperação e
confiança; representando o poder como uma variável negativa. São
apresentados os argumentos de autores clássicos afirmando a necessidade
de incluir o poder nos estudos da Administração, em contraposição com a
quase ausência do tema num levantamento bibliográfico das revistas
brasileiras classificadas como A2. Quando presente, o conceito dominante
é o de posse de recurso, pouco adequado ao fenômeno de redes. Foram
encontrados artigos sobre redes que tratam do poder, sem mencioná-lo
explicitamente, colocando outras palavras tais como governança e
assimetria. Propomos que o poder seja entendido como um constructo no
estudo de redes, composto de variáveis tais como governança, conflitos,
assimetrias; e que as noções básicas de poder como exercício de Foucault
seja utilizado como base de apoio para as discussões teóricas e o
planejamento de pesquisas. Dessa forma, é possível mudar o paradigma de
representação social negativa da palavra poder e colocar uma dimensão do
fenômeno de redes que é mais próxima dos conceitos convergentes na
literatura internacional, caracterizando as redes de negócios como
campos complexos, com incertezas e imprevisibilidades. Tais condições se
associam aos movimentos de cooperação, que são básicos nas redes, mas
também e concomitantemente com os movimentos de exercício do poder. A
ausência do poder causa o viés da exclusão das assimetrias, das
negociações e dos interesses divergentes; que são características das
redes.