ID: 44129
Autoria:
José Glauber Cavalcante dos Santos, Alan Diógenes Góis, Sílvia Maria Dias Pedro Rebouças, José Carlos Lázaro da Silva Filho.
Fonte:
Revista de Administração da Unimep, v. 14, n. 3, p. 155-183, Setembro-Dezembro, 2016. 29 página(s).
Palavras-chave:
Ativos Intangíveis de Inovação , Desempenho , Inovação , Pesquisa e Desenvolvimento
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O estudo tem como objetivo geral analisar os efeitos da inovação, medida pelos investimentos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), denominados como atividades exploration; e Ativos Intangíveis de Inovação (AII), como patentes, ativos intangíveis em desenvolvimento, goodwill, fórmulas e Know-how tecnológico, denominados como atividade exploitation, no desempenho de firmas brasileiras. Essa condição de análise se apoia nas bases teóricas que a Resource-Based View (RBV) proporciona, devido à prerrogativa da construção de vantagens competitivas a partir de recursos singulares, adquiridos ou construídos, que a empresa possui. O desempenho foi condicionado à inovação sob quatro perspectivas: rentabilidade, lucratividade, criação de valor e percepção do mercado sobre o preço das ações da empresa. Recorreu-se à pesquisa descritiva, munida de bases documentais, com abordagem quantitativa dos dados. A amostra definitiva abrangeu 76 empresas que divulgaram seus investimentos em atividades de P&D em Notas Explicativas alusivas às Demonstrações Financeiras Padronizadas nos anos-base de 2011 e 2012. A avaliação dos efeitos da inovação no desempenho percorreu dois trajetos. Primeiro, foram realizados Testes de Mann-Whitney, que compararam as médias de desempenho, nas quatro perspectivas, entre empresas mais inovadoras e menos inovadoras, segundo os investimentos em P&D e AII. Seguinte, foram edificados modelos de Regressão Linear Múltipla com intenção de se examinar o impacto das medidas de inovação junto às quatro métricas de desempenho. Os resultados encontrados sinalizaram como que o tipo de inovação pode interferir de diferentes formas no desempenho. Adicionalmente, eles ainda evidenciaram que a perspectiva do desempenho da firma é uma variável importante à análise dos reflexos da inovação na performance empresarial. Observou-se que as médias de desempenho, em termos de lucro e criação de valor, eram superiores em empresas mais inovadoras, em detrimento das firmas menos inovadoras, sob o critério do investimento em P&D; tomando como critério de classificação o investimento em AII, obteve-se que empresas mais inovadoras dispuseram de maior desempenho, em termos de percepção de mercado. Todavia, na análise de influência, percebeu-se que os tipos de inovação, P&D e AII, afetavam negativamente o desempenho na perspectiva do resultado. A medida de inovação exploration dispôs de impacto maior no desempenho que a medida de inovação exploitation. Apenas o investimento em P&D afetava a criação de valor, também de maneira negativa. Conclui-se, nesta pesquisa, que no curto prazo, a inovação pode não se mostrar benéfica ao desempenho das empresas, mas que ela é capaz de agregar alguma vantagem competitiva às empresas em se tratando de desempenho.