ID: 10844
Autoria:
Robert Cooper, Gibson Burrell.
Fonte:
Revista de Administração de Empresas, v. 46, n. 1, p. 87-101, Janeiro-Março, 2006. 15 página(s).
Palavras-chave:
discurso , estudos organizacionais , Modernismo , pós-modernismo , sistemas sociais
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O artigo introduz o debate atual, em ciências humanas, entre as posições antagônicas conceituais de "modernismo" e "pós-modernismo" e discute suas implicações na análise organizacional. O debate focaliza a natureza do "discurso" (informação, conhecimento, comunicação) e seu papel nos sistemas sociais. O discurso do modernismo apóia-se em critérios transcendentes, porém antropocêntricos, como "progresso" e "razão", que são diversamente exemplificados na obra de Bell, Luhmann e Habermas. Em contraste, o discurso pós-moderno (representado aqui principalmente pela obra de Lyotard, Derrida, Foucault, Deleuze e Guattari) analisa a vida social em termos de paradoxo e indeterminação, rejeitando assim o agente humano como centro do controle racional e do entendimento. O artigo então considera duas visões contrastantes do processo organizacional que se seguem dessas abordagens antagônicas ao discurso. No modelo modernista, a organização é vista como ferramenta social e extensão da racionalidade humana. Na visão pós-moderna, a organização é menos a expressão do pensamento planejado e da ação calculada e mais uma reação defensiva a forças intrínsecas do corpo social que constantemente ameaçam a estabilidade da vida organizada. As implicações desta última visão para a análise organizacional ortodoxa são discutidas mais detalhadamente.