ID: 1741
Autoria:
Pedro F. Bendassolli.
Fonte:
Revista de Administração de Empresas, v. 49, n. 4, p. 387-400, Outubro-Dezembro, 2009. 14 página(s).
Palavras-chave:
Carreira , identidade profissional , indivíduo e organização , modelos de carreira , significado do trabalho
Tipo de documento: Artigo (Português)
Ver Resumo
Nosso objetivo neste artigo é analisar a recomposição da relação sujeito-trabalho presente em modelos emergentes de carreira concebidos na confluência de tradições sociológicas, psicológicas e gerenciais. Utilizamos o termo recomposição, pois esses modelos têm em comum a partilha de um humor de época que se generalizou especialmente nos últimos quarenta anos, consistindo em enfatizar a fragilização, a precarização, a desmontagem e a consequente necessidade de transformação dos modelos de carreira tradicionais, calcados em torno da noção de emprego herdada da sociedade industrial. Apresentamos e analisamos os pressupostos centrais de oito modelos emergentes de carreira e questionamos como, a partir deles, sujeito, trabalho e organizações são reelaborados em resposta à desinstitucionalização do emprego observada no mesmo período em que eles foram propostos. Concluímos propondo que os modelos emergentes de carreira são dispositivos discursivos cuja crítica pode nos trazer informações valiosas sobre as ambiguidades e tensões do trabalho na atualidade.