ID: 12475
Autoria:
Belmiro Valverde Jobim Castor.
Fonte:
Revista de Administração Pública, v. 35, n. 3, p. 181-196, Maio-Junho, 2001. 16 página(s).
Palavras-chave:
fenonomias , indolência , isonomias , novos espaços organizacionais , paradigma paraeconômico , produtividade , trabalho
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Uma mistura de desinformação e de estereótipos preconceituosos disseminou a noção de que os brasileiros são indolentes e pouco inclinados ao trabalho árduo. As estatísticas a respeito do assunto desmentem este julgamento negativo. A relativa desqualificação da força de trabalho contribuiria, também, para que nosso país tivesse índices de produtividade muito inferiores aos registrados nas economias desenvolvidas. Também neste aspecto o julgamento está carregado de preconceito, pois as metodologias rudimentares empregadas não permitem aferir a real contribuição do trabalho e do capital na produção de bens e serviços, invalidando as comparações entre dois ou mais países. Uma terceira fonte de equívocos a respeito da qualidade e dedicação da força de trabalho Brasil deriva de uma definição demasiado estreita do que é o trabalho (e do que não o é) nas economias de mercado e nas sociedades industriais modernas. Uma nova definição de trabalho e produção, que parta de uma visão mais abrangente do que é a produção socialmente útil e dos “espaços organizacionais” onde essa produção é realizada, é necessária e urgente. As categorias de isonomias e fenonomias identificadas por Guerreiro Ramos em seu paradigma paraeconômico são valiosas contribuições teóricas neste sentido.