ID: 40352
Autoria:
Dione Fagundes Nunes Gomes, Rosimar Pereira Barbosa, Karine Settervall Moraes, Leonardo Nelmi Trevisan.
Fonte:
Revista de Carreiras e Pessoas, v. 3, n. 1, p. 50-62, Janeiro-Abril, 2013. 13 página(s).
Palavras-chave:
âncoras de carreira , aplicação do conceito , mobilidade
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Pela necessidade de adequação às demandas e exigências do mercado, o indivíduo se vê impelido a assumir a maior parcela de responsabilidade sobre o desenvolvimento de sua carreira. É nesse contexto que o conceito de “âncora de carreira” evidencia sua importância, na medida em que norteia as decisões e escolhas profissionais do indivíduo. No presente artigo, são apresentados os resultados da pesquisa experimental realizada com concluintes do curso de Administração do ano de 2007 em dois momentos – 2007 e 2010. O questionamento acerca da validade e aplicabilidade dos conceitos de Schein (1993; 1996) para a realidade brasileira motivou este trabalho. O objetivo principal deste estudo, decorrente dessa inquietação, é de revisar o conceito de âncoras de carreira, apresentado por Schein (1996), em especial, o aspecto que trata da mobilidade, reavaliando sua aplicabilidade na trajetória de indivíduos egressos de um curso de Administração. A linha teórica adota como referência os estudos de Schein (1993; 1996), de Veloso e Dutra (2010; 2010a) sobre conceito e transição de carreira, e de Ibarra (2009) sobre identidade, trajetória e reinvenção da carreira. A pesquisa caracterizou-se por exploratória e descritiva, comparando os dados obtidos em 2007 com a mesma investigação realizada em 2010, bem como explicativa, ao analisar e buscar as causas que teriam influenciado as mudanças das âncoras de carreira nestes três anos após a formação na graduação, através de uma abordagem qualitativa e quantitativa, utilizando o questionário de âncoras de carreira de Schein (1996) e entrevista estruturada como instrumentos de coleta de dados. Os dados analisados quantitativamente da pesquisa realizada com egressos do curso de Administração indicam uma frágil confirmação da possibilidade de mudança de âncora. Entretanto, ao se considerar as trajetórias individuais de carreira, os elementos relativos ao tema ficam mais evidentes, contribuindo para a percepção de que é possível, mas não trivial, mudar de âncora. Quanto à revisão do conceito de âncora sob o aspecto da mobilidade cabe destacar que as âncoras tendem a ser estáveis, no entanto, há indícios de que, na ocorrência de transições de carreiras mais significativas em que a identidade profissional do indivíduo é reconfigurada, pode ser possível uma alteração na âncora também.