ID: 36084
Autoria:
Juan Pablo da Silva Dias, Marcus Wilcox Hemais.
Fonte:
Revista de Gestão, v. 22, n. 1, p. 115-132, Janeiro-Março, 2015. 18 página(s).
Palavras-chave:
Baixa Renda , Desconfiança , Internet , On-line , Receios , Riscos
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O maior acesso de consumidores de baixa renda à internet os leva a utilizar a rede virtual para buscar entretenimento, educação e relacionamentos. O consumo on-line, entretanto, ainda é envolto de desconfianças. O presente trabalho tem como objetivo analisar os motivos pelos quais a população de baixa renda tem receios em realizar compras on-line. Para isso, entrevistas em profundidade foram realizadas com 23 consumidores de baixa renda. A partir dos dados coletados, percebe-se que a internet é um meio visto pelos entrevistados como sendo, especialmente, de lazer e entretenimento. Comprar on-line ainda é uma tarefa que receiam, por diferentes motivos. Inicialmente, pode-se apontar a preferência por consumir em lojas físicas, pois nelas os consumidores podem tocar nos produtos desejados, aproveitar a ida à loja como um momento de prazer e interagir com vendedores, que os ajudam em suas escolhas. Os receios em comprar pela internet também são influenciados pela visão dos entrevistados de que sites não são seguros, pois oferecem ameaças, tais como vírus ou roubo de informações pessoais. Além disso, acreditam que lojas na internet não são compromissadas com seus clientes, pois permitem que ocorram problemas na entrega de mercadorias, não deixam claras as informações a respeito do processo de compras e dificultam as formas de pagamento. Outro motivo para não comprarem na internet é a percepção de que, se um episódio negativo de consumo pela internet ocorreu com algum conhecido, o mesmo também ocorrerá com eles. Apesar de tal receio, esses consumidores apontam a importância da ajuda de um terceiro em seus grupos de referência como principal incentivo para que eles enfrentem as barreiras ao consumo pela internet. Dessa forma, é possível considerar que consumidores de baixa renda possuem receios similares aos de seus pares de níveis de renda mais elevados, mas também apresentam sentimentos que são diferentes, pouco discutidos pela literatura sobre consumo na internet.