ID: 67259
Autoria:
Katia Cristina de Rezende Barbosa, Matheus Viana Braz, Francisco Hashimoto.
Fonte:
Revista de Governança Corporativa, v. 8, n. 1, p. 1-22, Janeiro-Dezembro, 2021. 22 página(s).
Palavras-chave:
Empresa Familiar , Governança Corporativa , Sucessão
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Mais de 90% das empresas no Brasil são familiares, o que representa em média 75% da força de trabalho nacional. No entanto, de cada cem empreendimentos familiares abertos, somente trinta, em média, costumam sobreviver após o primeiro processo sucessório e apenas cinco alcançam a terceira geração. Embora a área de estudos sobre planejamentos de processos sucessórios esteja se expandindo no Brasil, grande parte das pesquisas ainda se restringe ao campo da Administração e dos Estudos Organizacionais. Nesse sentido, a partir de metodologia qualitativa e teórico-descritiva o objetivo deste trabalho é compreender alguns dos principais obstáculos, encontrados nos processos sucessórios, que se inscrevem no campo da Psicologia. Concluímos que ao Psicólogo, cabe trabalhar para que família e empresa se organizem em prol de uma unicidade grupal, com o reconhecimento de suas diferenças e semelhanças. É por isso que, diferentemente de abordagens mais pragmáticas e instrumentalistas, na escuta psicológica se prioriza a compreensão de fenômenos relacionados ao convívio familiar, aos padrões comportamentais diante do enfrentamento de problemas, às estruturas de poder e de influência, aos laços de identificação, de idealização, bem como à partilha dos obstáculos e dificuldades encontradas. Assim, é possível construir estratégias conjuntas para nutrir a coesão, o comprometimento e sensações de pertencimento no núcleo das famílias. Além disso, compete também ao Psicólogo o trabalho de preservação e resgate das raízes e tradições familiares, ao mesmo tempo em que se abrem espaços para a criação de comportamentos e estruturas decisórias mais flexíveis, que sejam capazes de se reinventar e se adaptar às novas demandas do mercado. O histórico e a coesão familiar, nesse sentido, assentam-se como quadros de referências essenciais para as condutas das gerações futuras e para a perpetuação dos vínculos familiares.