ID: 56283
Autoria:
Roberto Paolo Vico, Verónica Cecílio Chiundila.
Fonte:
Revista de Turismo Contemporâneo, v. 7, n. Especial, p. 3-27, Outubro, 2019. 25 página(s).
Palavras-chave:
Evento , Olimpíadas , Rio de Janeiro , Turismo
Tipo de documento: Artigo (Português)
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A organização de um grande evento como uma Olimpíada comporta consideráveis investimentos que devem ser realizados para responder às exigências do Comitê Olímpico Internacional e, na atual conjuntura global, numa perspectiva de competição internacional, os sistemas territoriais são sempre mais chamados a elevar as próprias dotações estruturais e infraestruturais. É neste cenário que esses eventos deveriam desenvolver um importante papel como catalisadores de transformações territoriais e sociais, mudanças que às vezes não acontecem ou impactam de maneira negativa a população local e o território. O presente artigo propõe a distância de alguns anos da realização da Olimpíada do Rio de Janeiro, uma síntese que sublinha as características e as problemáticas ligadas às heranças do megaevento, uma cidade influenciada pela crise econômica, política e social do Brasil nos últimos anos. Como resultados deste estudo evidenciam-se, em particular, diversos aspectos negativos relacionados a uma má gestão do megaevento e do seu legado como: as expropriações dos moradores, o enobrecimento de alguns bairros com o fenômeno da gentrification, a falência do sistema de segurança, o endividamento do Estado, a corrupção generalizada face aos elevados investimentos realizados bem como o abandono de muitas infraestruturas e instalações esportivas. Do ponto de vista metodológico, a análise apresentada baseou-se em uma abordagem qualitativa, fundamentalmente em revisão bibliográfica, utilização de matérias jornalísticas recentes e entrevistas com professores, pesquisadores e profissionais do setor. Utilizou-se como referencial teórico para a discussão autores como Ritchie, Hall, Chalkley e Essex, Gaffney, Rolnik e Fontaine.