ID: 36421
Autoria:
Leonardo Trevisan.
Fonte:
Revista Economia & Gestão, v. 5, n. 10, p. 113-128, Maio-Agosto, 2005. 16 página(s).
Palavras-chave:
Incentivo fiscal , Investimento , Produtividade , Tecnologia da informação
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Mesmo na crise, empresas brasileiras investem cada vez mais em tecnologia de informação e não obtêm ganhos expressivos de produtividade. Exemplos internacionais, como o dos Estados Unidos, mostram sentido inverso: as empresas reduzem investimentos em TI e apresentam sucessivos recordes em produtividade. Apesar das dificuldades metodológicas para o cálculo da relação TI/produtividade, diferentes usos da capacidade instalada em TI e mudanças comportamentais nas organizações americanas explicam os distintos resultados. O mote “faça mais com menos”, que domina a empresa americana desde 2000, permitiu a implantação de programas de TI just-in-time ligados mais à gestão eficiente do conhecimento do que aos clássicos métodos de redução de custos. Nos EUA, adaptar e não substituir equipamentos de TI resulta numa expressiva aceleração da produtividade, em vez de redução. No Brasil, já há visíveis sinais de perspectiva semelhante para a relação TI/produtividade, com algumas empresas incentivando processos de adaptação e não de substituição de equipamentos de TI. Porém, para a maioria das empresas brasileiras, ainda será preciso “libertar Prometeu”, para que os homens aprendam a usar melhor a “técnica”. Incentivar o aproveitamento mais longo dos equipamentos, evitando aceleradas substituições, implica, inclusive, alterações legais: o incentivo fiscal previsto na Lei 10.176/01 para os bens de TI precisa ganhar outra dinâmica, pois sequer prevê apoio à “adaptação”, insistindo que “substituição” em TI é caminho único para gerar maior produtividade.