ID: 6270
Autoria:
César Augusto Tibúrcio Silva, Rodrigo de Souza Gonçalves, Adilson de Lima Tavares, Diana Vaz de Lima.
Fonte:
Revista Universo Contábil, v. 6, n. 4, p. 6-20, Outubro-Dezembro, 2010. 15 página(s).
Palavras-chave:
Decisão em contabilidade , Gerenciamento de resultados , Pesquisa experimental , Provisão de contingências passivas , Seleção adversa
Tipo de documento: Artigo (Português)
Ver Resumo
Este estudo investiga as escolhas contábeis relacionadas ao reconhecimento de provisão de contingências passivas em situações de seleção adversa. A seleção adversa surge no momento pré-contratual (AKERLOF, 1970), onde ocorre a assimetria informacional entre principal e agente (JENSEN, 2003). Utilizando os assuntos tratados na Deliberação CVM n° 489/2005, os autores procuram discutir se os contadores conseguem, em situações reais, não ser influenciados pelo ambiente em que estão inseridos. Para tanto, é realizado um experimento (LIBBY, BLOOMFIELD e NELSON, 2002; SPINKLE, 2003) com 343 estudantes de graduação e pós-graduação em Ciências Contábeis, divididos em dois grupos, sendo o ambiente em um deles alterado pelo uso do chamariz (ARIELY, 2008). Os cenários foram controlados por idade, gênero, nível de experiência, escolaridade e grau de certeza, e os resultados revelam perfil menos conservador para os homens, os inexperientes e os mais jovens, com variações entre duvidosos e confiantes. Por sua vez, as mulheres mais experientes foram conservadoras em todas as proposições do experimento, não sofrendo influência do chamariz. Com os indivíduos que apresentaram perfis extremos (mais, ou menos, conservadores), os resultados são relevantes para os seniores e homens, ratificando as análises precedentes de que a influência do chamariz ocorreu, efetivamente, para os homens. Verifica-se, portanto, que a presença do chamariz pode afetar as decisões, e que a influência pode variar conforme o perfil do indivíduo, tendo os homens um perfil mais agressivo e com maior propensão ao gerenciamento de resultados.