ID: 70623
Autoria:
Mariana Mayumi Pereira de Souza, Adriana Ventola Marra, Tiago Guerra Borges, Ana Flávia Cardoso de Lima.
Fonte:
Administração Pública e Gestão Social, v. 15, n. 1, p. 1-19, Janeiro-Março, 2023. 19 página(s).
Palavras-chave:
Emoções , Práticas organizacionais , Regulação emocional , Sentimentos , Setor público
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Objetivo da pesquisa: Compreender a articulação das emoções às práticas organizacionais em um órgão público de Minas Gerais. Enquadramento teórico: As emoções são estudadas sob os pontos de vista político e construtivista, entendendo-as como produtos e produtoras da realidade. Dessa forma, as emoções fazem parte da racionalidade humana e integram as práticas organizacionais de maneira consciente ou inconsciente (Zietsma & Toubiana, 2018; Oliveira & Cavedon, 2019). Metodologia: Foi realizada uma pesquisa qualitativa, descritiva e exploratória. A coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com dezesseis servidores do órgão público pesquisado, entre os meses de janeiro e julho de 2021. Os dados foram analisados por Análise de Conteúdo. Resultados: Foram apontadas algumas relações entre emoções e sentimentos dos entrevistados com práticas comuns na organização, revelando como a estrutura burocrática e as relações de poder influenciam nas experiências emocionais. A pesquisa conclui que determinados tipos de práticas organizacionais contribuem para uma integração mais saudável e construtiva das dinâmicas emocionais ao trabalho. Originalidade: Muitos estudos que abordam o tema das emoções nas organizações partem de polarizações entre a razão e as emoções. Nesta pesquisa, demonstramos como as emoções integram as racionalidades nas práticas organizacionais. A grande maioria parte também de abordagens funcionalistas, negligenciando aspectos políticos e relacionais. Contribuições teóricas e práticas: O presente artigo contribui para ampliar o debate sobre as emoções na Administração e nos Estudos Organizacionais, trazendo como as emoções se articulam às práticas organizacionais e às racionalidades subjacentes. Dessa forma, aponta para possíveis caminhos rumo à construção de ambientes de trabalho mais propícios ao desenvolvimento emocional.