ID: 47984
Autoria:
Fabiana Pinto de Almeida Bizarria, Alexandre Oliveira Lima, Maria Aparecida da Silva, Antonia Márcia Rodrigues Sousa, Teresa Cristina Janes Carneiro.
Fonte:
Revista de Administração da Unimep, v. 15, n. 3, p. 26-50, Maio-Agosto, 2017. 25 página(s).
Palavras-chave:
Administração Pública , Empreendedorismo , Valores pessoais
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Diante do cenário da formação acadêmica cada vez mais virtualizada, a pesquisa considerou a Educação a Distância (EaD) como campo de pesquisa. Essa escolha se deve ao fato de a EaD, pela seu escopo de atuação, constituir cenário para se empreender pesquisas associadas ao caráter cada vez mais dinâmico e interativo adquirido pela modalidade. Como problemática, a investigação considera a emergência do empreendedorismo, que assume maior relevância pelo seu potencial de fazer emergir a criatividade, especificamente relacionada à análise contextual e observação de novas oportunidades e, também, na construção de novas possibilidades de agregar qualidade aos serviços públicos, em função dos valores pessoais que o impulsiona. Assim, buscou-se verificar a influência dos valores pessoais na motivação empreendedora, com base na hipótese de que os valores de autopromoção (poder e realização), em comparação com os valores de autotranscendência (universalismo e benevolência) influenciam mais significativamente as motivações empreendedoras. Realizou-se pesquisa de campo, com dados coletados por meio de questionário adaptado do construto Motivação Empreendedora e da escala Tipos Motivacionais junto a 262 discentes de administração pública - EaD, de uma IES que atua nos estados do Ceará e da Bahia. A análise quantitativa se deu com base nos Mínimos Quadrados Parciais (PLS-PM), realizado no software Smartpls – 3.0. A hipótese levantada foi confirmada: a autopromoção influencia 78,1% das motivações empreendedoras, sendo que a autotranscendência influencia 42%. A necessidade de aprovação não se relacionou com a autotranscendência e recebeu 45,7% de influência da autopromoção. Por sua vez, a autotranscendência influenciou mais significativamente ao desenvolvimento pessoal, em comparação com a autopromoção. Os dados indicam que valores de autotranscendência influenciam de forma mais significativa a necessidade de desenvolvimento pessoal, em comparação com os valores de autopromoção, o que indica um importante caminho para se abordar o empreendedorismo no campo público, no sentido de estimular o desenvolvimento de valores autotranscendentes (com preocupações voltadas à coletividade) em função do estímulo ao desenvolvimento pessoal de administradores públicos. Ao mesmo tempo, pela leitura dos dados a autotranscendência não influencia a necessidade de aprovação, o que pode estar relacionado à influência do empreendedorismo como fenômeno da esfera privada e, também, pela cultura das organizações públicas que desfavorecem a emergência da criatividade e da inovação, seja pela burocratização historicizada, seja pela intensa institucionalização normativa que rege o funcionamento estatal. A esse respeito, acredita-se que refletir sobre mudanças da própria dinâmica valorativa e cultural das organizações possa gerar associação entre necessidades de aprovação (respeito, admiração, reconhecimento) e disposição para realizar ações de cunho coletivo.