ID: 57938
Autoria:
Rosane Cristina Piedade Tamada, Igor Baptista de Oliveira Medeiros, Angela Beatriz Busato Scheffer.
Fonte:
Revista de Administração da Unimep, v. 18, n. 1, p. 132-154, Janeiro-Abril, 2020. 23 página(s).
Palavras-chave:
Competências , negociação , poder , serviço público
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Este estudo tratou-se de uma pesquisa exploratória e descritiva, de natureza qualitativa na forma de estudo de caso, com o objetivo de analisar como os gestores do Campus Baixada Santista da Universidade Federal de São Paulo percebem a influência da competência negociação no uso do poder e nos resultados das negociações. O trabalho contou com uma pesquisa exploratória e um levantamento teórico sobre os conceitos de competências, negociação, perfil dos negociadores e sobre a questão do poder nas negociações, sendo seguido pela realização de entrevistas qualitativas em profundidade com oito gestores do Campus Baixada Santista da UNIFESP. A pesquisa revelou que os gestores identificam a capacidade de negociar como necessária para o desempenho de suas funções e conhecem as características que formam o perfil do negociador. Também reconhecem a importância do desenvolvimento desta competência e, portanto, afirmam que é uma competência que pode ser aprendida e desenvolvida. Constatou-se que os programas de capacitação da UNIFESP não atingem o objetivo de desenvolver as competências dos gestores, inclusive a negociação. Foi identificada a total relação entre poder e negociação, prevalecendo a autoridade hierárquica, com o poder de decisão concentrado na área acadêmica da universidade. A questão crucial que esta pesquisa revelou é que, apesar do reconhecimento, por parte dos gestores, da influência da competência negociação e da importância de seu desenvolvimento, não existem práticas de negociação na universidade, não há “o poder agir”, condição essencial para o desenvolvimento desta competência. O ambiente organizacional deveria permitir não só aos gestores, mas a todos os servidores a experiência para exercitarem a capacidade de negociação e de solução de conflitos. Como qualquer outra competência, a capacidade de negociar melhora à medida que negociamos.