ID: 37331
Autoria:
David Silva Franco, Victor Cláudio Paradela Ferreira, Débora Vargas Ferreira Costa, Frederico Azevedo Alvim Assis.
Fonte:
Revista de Administração da Unimep, v. 13, n. 2, p. 74-99, Maio-Agosto, 2015. 26 página(s).
Palavras-chave:
Andragogia , Métodos de ensino , Treinamento e desenvolvimento
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O presente trabalho apresenta uma reflexão sobre as possibilidades de aplicação da andragogia em processos de treinamento e desenvolvimento empresarial, destacando suas distinções e vantagens em relação às metodologias de ensino tradicionais, geralmente voltadas para a abordagem pedagógica. Parte do pressuposto que as organizações contemporâneas precisam aprimorar seus investimentos em educação corporativa, de modo a melhor se inserirem no contexto da chamada sociedade do conhecimento, na qual o capital humano adquire um valor de extrema importância para a competitividade empresarial. Trata-se de um estudo de caso de uma empresa do ramo metalúrgico, a qual tem buscado utilizar-se da andragogia em seus esforços de aprendizagem. Permeando os efeitos que a adoção da abordagem andragógica pode proporcionar às empresas quanto ao alcance de objetivos instrucionais de treinamentos corporativos, este estudo partiu da questão: “Qual é a percepção dos públicos da empresa Metal a respeito da utilização da andragogia nas práticas de educação corporativa?” A coleta de dados se baseou no levantamento das percepções dos principais públicos envolvidos neste processo: membros da liderança, instrutores de treinamentos e os empregados. Essa investigação possibilitou a constatação de que, de fato, a andragogia pode trazer resultados positivos aos processos de desenvolvimento humano nas organizações. As declarações dos profissionais permitiu a constatação de práticas que também auxiliam na criação/manutenção de uma gestão andragogica, como o estímulo aos profissionais da operação a conduzirem projetos de melhoria contínua, além de medidas para o estabelecimento de uma gestão participativa – ausência de supervisão nas áreas produtivas e maior aproximação dos operadores à gerência – visando uma organização com menor hierarquia e maior liberdade e autonomia.Constatou-se, porém, a necessidade de se reforçar a visão do indivíduo como agente ativo da autoaprendizagem na empresa em questão, visto que parcela significativa dos instrutores e funcionários assinalou concordância com afirmativas que estabeleciam preceitos relativos à falta de autonomia do aprendiz sobre o processo de capacitação, bem como a concordância com a restrição de que os conhecimentos devem ser proporcionados apenas pelo instrutor. Outra sugestão seria que a empresa buscasse relatar os conceitos e benefícios da andragogia não apenas nos treinamentos direcionados aos instrutores, mas também com a conscientização dos demais funcionários, para que houvesse maior percepção deles sobre as intenções da empresa e, consequentemente, maior contribuição dos mesmos nestes esforços.Assim, as percepções levantadas permitiram a constatação de que a inserção da andragogia em treinamentos contribui para consolidar a atenção dos aprendizes adultos, valorizando seus conhecimentos prévios, e aprimorar a retenção de aprendizagem. No entanto, faz-se necessário o devido conhecimento do público alvo ao qual é fornecida a instrução, para que se possa mesclar os aspectos andragógicos e pedagógicos, de acordo com a necessidade e especificidades do grupo.