ID: 8763
Autoria:
Diego Maganhotto Coraiola, Cristiane Marques de Mello, Márcio Jacometti.
Fonte:
Revista de Administração Mackenzie, v. 13, n. 5, p. 204-231, Setembro-Outubro, 2012. 28 página(s).
Palavras-chave:
Estratégia-como-prática , Estratégia organizacional , Estruturação da estratégia , Teoria da estruturação , Teoria institucional
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O presente ensaio busca apresentar conjunto de recomendações
teórico-metodológicas com o objetivo de orientar a realização de
pesquisas sobre estratégia. Inicia-se a partir de uma discussão sobre a
evolução dos estudos sobre estratégia organizacional na literatura,
enfatizando seus principais pressupostos e características comuns e
diferenciadoras, e culmina na apresentação da perspectiva da
estratégica-como-prática. Apesar das contribuições aportadas por esta
última abordagem em relação às suas precedentes, afirma-se que ela tenha
se desvencilhado demais da dimensão organizacional, elemento próprio da
definição do fenômeno da estratégia, sendo necessário rediscutir a
relação do organizing e strategizing. Seguindo
tendência da literatura, em que as possibilidades apontam para maior
aproximação entre o pensamento teórico da estratégia e as teorias das
organizações, sugere-se que a abordagem do institucionalismo
organizacional pode contribuir para expandir a perspectiva da
estratégia-como-prática e mediar sua relação com a abordagem
estruturacionista considerando sua aplicabilidade para a compreensão da
estratégia enquanto prática organizacional. No entanto, considera-se que
os estudos institucionais sobre estratégia tendem a manter as visões
dualistas das perspectivas tradicionais da área, demandando reorientação
das pesquisas institucionais a partir dos pressupostos da teoria da
estruturação com vistas à ampliação da capacidade analítica da
abordagem. A partir dessa discussão inicial, considera-se a necessidade
de compreender a estratégia a fortiori, aceitar sua
constituição enquanto conjunto de práticas espaciotemporalmente definido
e delimitado, que adquire determinada configuração e se apresenta aos
pesquisadores e praticantes de maneira distinta na medida em que se
desdobra e desenvolve enquanto fluxo de ações contínuas e descontínuas
re(produzidas) a partir de, e com base em, determinadas estruturas
sociais e organizacionais. A partir dessa reformulação, indica-se a
improdutividade de desconectar estratégia e organização, a necessidade
de compreender estratégia como prática organizacional que existe tanto
como fluxo rotineiro de ações individuais, inseridas na durée
de práticas cotidianas, integradas social e sistemicamente, quanto como
regras e recursos mnemonicamente preservados e que promove a geração de
efeitos que se distanciam espaciotemporalmente e que podem ser
observador pelo analista em seus fatores precedentes, na dinâmica atual
de realização e em suas consequências e implicações futuras uma vez
definido marco analítico empírico.