ID: 33620
Autoria:
Eduardo Gelinski Júnior, Armando Dalla Costa, Flávio de Oliveira Gonçalves, Rogério Allon Duenhas.
Fonte:
Desenvolvimento em Questão, v. 12, n. 28, p. 279-317, Outubro-Dezembro, 2014. 39 página(s).
Palavras-chave:
Agronegócio , Ciência e Tecnologia , Crescimento e Desenvolvimento , Sistema de Inovação
Tipo de documento: Artigo (Português)
Ver Resumo
A investigação da questão da inovação na agricultura brasileira e sua transformação em agronegócios e desenvolvimento para o país é uma tarefa consideravelmente complexa. Para tal, são relatados os cenários de contradições da formação do agronegócio, o paralelismo no segmento tradicional e dual estrutural-tecnológico agrícola e os desafios para o desenvolvimento brasileiro. Fundamenta-se a investigação na dinâmica da teoria neoschumpeteriana, em que profundas transformações e reestruturações ocorrem em razão das interdependências complexas, competição, crescimento econômico e mudança estrutural, sendo a inovação o link entre componentes estruturais (agentes, redes e instituições) de Sistema de Inovação (SI) para setores, regiões e países. As discussões estão focadas na participação do Estado como agente estratégico do SI e da dinâmica de desenvolvimento. Para isto, aprofundou-se na relevância do agronegócio brasileiro e na questão da inovação como estratégia para mitigar o crescimento econômico concentrado e desigual. Analisa-se também a evolução do sistema de C&T do Brasil e suas relações com o agronegócio. Por fim, são avaliados os dispêndios públicos na agricultura. Concluiu-se que, embora possam existir avanços significativos em sistemas produtivos classificados como modernos, a evolução das Políticas de CT&I, a sistemática de organização e coordenação do Sistema Nacional de Pesquisa Agropecuária (SNPA) e os níveis de evolução dos dispêndios públicos em P&D na agricultura, não asseguram redução do dualismo estrutural-tecnológico, empecilhos relevantes à formação de um SI no agronegócio. Ainda, na dinâmica da economia de mercados, os componentes estruturais do agronegócio tendem a investir em inovações nos segmentos mais competitivos vinculados às exportações. Há, portanto, necessidade da presença do Estado que, na economia evolucionária é agente fundamental, articulando atores, redes, instituições, buscando desenvolver conhecimentos, mobilizando recursos, formando mercados, legitimando e influenciando a direção de pesquisas e desenvolvimento de externalidades positivas, caso contrário, haverá apenas crescimento econômico desigual.