ID: 70107
Autoria:
Harrison Bachion Ceribeli, Helen Miranda de Oliveira.
Fonte:
Revista de Administração da Unimep, v. 19, n. 12, p. 1-24, Setembro-Outubro, 2022. 24 página(s).
Palavras-chave:
bem-estar do trabalhador , esgotamento emocional no trabalho , Justiça distributiva , justiça informacional , justiça processual
Tipo de documento: Artigo (Português)
Ver Resumo
Atualmente, a competitividade das organizações está atrelada à forma como elas lidam com a informação e o conhecimento, o que, por sua vez, aumentou a importância das pessoas no âmbito empresarial. Com isso, a atração e retenção de talentos, assim como o bem-estar dos trabalhadores, passaram a ser algumas das principais preocupações dos gestores. Nesse contexto, acentuou-se a necessidade de se estudarem os diferentes antecedentes do contentamento e do esgotamento dos indivíduos no universo laboral, o que fez com que se definisse como objetivo de pesquisa analisar a relação entre a justiça organizacional, a satisfação e a exaustão emocional do trabalhador. Para atingir o objetivo proposto, conduziu-se uma pesquisa descritiva, de caráter quantitativo e corte-transversal. Como método de pesquisa, optou-se pela survey. A população da pesquisa incluiu os indivíduos que se encontravam empregados no momento em que a coleta de dados fora realizada, habitantes da região Metropolitana de Belo Horizonte, região dos Inconfidentes e região da Zona da Mata, todas localizadas no Estado de Minas Gerais. A análise de dados foi efetuada por meio da técnica de Modelagem de Equações Estruturais. Foram empregadas duas abordagens: a Análise Fatorial Confirmatória (AFC) e a Análise de Caminhos. A partir da análise dos dados coletados, foi possível confirmar que as dimensões processual, distributiva e informacional da justiça organizacional tendem a ampliar a satisfação do trabalhador. Ademais, concluiu-se que a justiça distributiva diminui a exaustão emocional do indivíduo em suas atividades laborais, que, por sua vez, exerce uma influência negativa sobre a satisfação experimentada por ele no trabalho. Com base em tais resultados, é possível delimitar algumas diretrizes para que os gestores ampliem a satisfação e/ou reduzam o esgotamento emocional de seus funcionários, iniciando-se pela promoção da justiça distributiva no âmbito organizacional, o que pode ser feito por meio da implantação de um sistema de gestão meritocrático, no qual os aumentos salariais e promoções dos profissionais estejam vinculados ao desempenho apresentado por eles. De forma complementar, recomenda-se a promoção de maior justiça informacional nas organizações, sendo que, para que isso ocorra, é importante que os líderes sejam orientados a manterem um canal de diálogo aberto com sua equipe, fornecendo feedbacks de forma recorrente a cada um de seus liderados. Finalmente, para promover maior justiça processual no ambiente de trabalho, as organizações podem disponibilizar diferentes canais de comunicação com seus funcionários, além de definir procedimentos formais de análise e revisão das decisões tomadas, para que as dúvidas e os questionamentos individuais possam ser sanados adequadamente. Como contribuição da presente investigação para os gestores, destaca-se a identificação de alguns caminhos de ação capazes de ampliar a satisfação dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, reduzir o esgotamento emocional que eles experimentam em suas atividades laborais, trazendo uma série de benefícios para as organizações. Adicionalmente, assinala-se a contribuição deste estudo para a Ciência Administrativa, à medida que, no contexto brasileiro, existe uma escassez significativa de pesquisas correlacionando cada uma das dimensões da justiça organizacional ao comportamento humano no trabalho.