ID: 63983
Autoria:
Veronyca Kezya Patriota, Henrique Muzzio.
Fonte:
Revista de Administração da Unimep, v. 19, n. 3, p. 305-326, Maio-Agosto, 2021. 22 página(s).
Palavras-chave:
Criatividade , Cultura , Gestão da Criatividade , Indivíduo , Liderança
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Tendo em vista as novas dinâmicas de mercado e a ascensão de novos elementos cruciais para manter viva a competitividade das empresas, a exemplo da criatividade, os gestores têm se deparado com o desafio de transformarem seus modelos de gestão mais tradicionais em modelos mais criativos. As pesquisas em Administração têm se envolvido com lentes metodológicas mais sociais e buscado identificar, por meio de uma condução interpretativista, a forma como as pessoas têm lidado com as diversas mudanças de contexto, comportamentos e como têm reestruturado as relações. Nesse sentido, a Gestão da criatividade torna-se uma ferramenta auxiliar nesse processo na medida em que une três fatores chaves para sua execução, sendo eles Indivíduo, Liderança e Cultura. Assim, considerando essa ótica, através de estudos de casos específicos de empresas do setor da Economia Criativa nas cidades de Juazeiro-BA e Petrolina-PE, como os gestores têm gerido seus negócios trazendo para o centro da discussão os elementos essenciais elencados para o alcance de uma Gestão Criativa. Para que fossem consideradas úteis para a pesquisa foram considerados três critérios, sendo eles pertencer ao universo da Economia Criativa, possuir relações entre duas ou mais pessoas no ambiente interno da empresa e ter pelo menos dois anos de atuação no mercado. Assim, seguindo a tradição qualitativa de pesquisa, através de estudos sociológicos, foram coletadas entrevistas de 11 gestores em 10 empresas de ramos como Tecnologia, Publicidade e Cultura, que foram analisadas com base na análise de conteúdo, além da coleta de imagens e observações não participantes realizadas nas visitas. Com base no material analisado, foi possível concluir que as empresas, na figura de seus líderes, têm caminhado, ainda que a passos curtos, para o alcance de uma gestão com ideais mais criativos e menos tradicionais, ainda que este último constitua parte inerente ao processo de gerenciar. Os gestores têm buscado ofertar condições que corroboram para que a criatividade esteja sempre sendo alimentada e para que o ambiente permita a realização de trocas de conhecimentos, experiências e a discussão de ideias que possam constituir a insurgência da inovação, fator determinante para a sobrevida das empresas em uma era fomentada por rápidas substituições e acirradas competições mercadológicas. Como contribuições, esse estudo permitiu inferir que é substancial difundir de modo mais intenso os conceitos relacionados tanto a Economia Criativa quanto a Gestão da Criatividade, pois mesmo não sendo termos recentemente descobertos, soam como desconhecidos em algumas situações, como as percebidas nas entrevistas. Além mais, contribuiu para que os gestores pudessem repensar suas ações e ampliar suas visões acerca da dimensão da criatividade para seus negócios e como esta pode ser mais bem explorada através da construção de uma cultura criativa proveniente de uma liderança potencializadora e de indivíduos imersos nesse universo.