ID: 42311
Autoria:
Henrique Portulhak, Renan Felipe Barilli.
Fonte:
RACE: Revista de Administração, Contabilidade e Economia, v. 15, n. 2, p. 685-704, Maio-Agosto, 2016. 20 página(s).
Palavras-chave:
Corrupção , Ética profissional , Profissional contábil , Serviço público
Tipo de documento: Artigo (Português)
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A corrupção no Brasil é considerada sistêmica, um problema grave e estrutural da sociedade e do sistema político, que enfraquece a moral pública e a legitimidade governamental. Um dos profissionais que possui como incumbência pautar suas ações com base em condutas éticas, podendo contribuir com a diminuição da corrupção no Estado é o contabilista. Contudo, tal profissional também pode estar envolvido em situações de corrupção. Dessa forma, a investigação verificou quais motivos levaram contabilistas à expulsão do serviço público federal brasileiro. Dados secundários foram obtidos por meio do Portal da Transparência do Governo Federal, compreendendo as punições ocorridas entre janeiro de 2003 e fevereiro de 2016, entre os quais foram destacados o fundamento legal que embasou a expulsão, UF e região de lotação, cargo efetivo, eventual cargo ou função de confiança, ano de publicação da portaria de punição, tipo de punição e gênero. Os resultados revelaram que as principais motivações para a expulsão de contabilistas do serviço público federal brasileiro, especialmente por meio de demissões, envolvem práticas de valimento, improbidade administrativa e lesão aos cofres públicos, englobando, principalmente, técnicos em contabilidade, profissionais lotados na região Norte e no Distrito Federal, servidores do sexo masculino e sem cargo ou função de confiança, verificando-se um aumento nas expulsões a partir de 2011. Espera-se que tais resultados subsidiem ações de órgãos representativos a fim de conscientizar os contabilistas presentes no setor público com o intuito de mitigar a ocorrência de atos ilícitos provocados por estes no exercício de sua função.