ID: 17846
Autoria:
Mário Sacomano Neto, Oswaldo Mário Serra Truzzi, Charles Kirschbaum.
Fonte:
Revista Brasileira de Gestão de Negócios, v. 15, n. 49, p. 524-544, Outubro-Dezembro, 2013. 21 página(s).
Palavras-chave:
Campos , Controle , Isomorfismo institucional , Redes e relações interorganizacionais
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Diversos estudos têm abordado como as formas de coordenação são
condicionadas por mecanismos sociais, como confiança, reciprocidade,
controle, cooperação e cópia. Esse nível de análise é uma crítica à
tradição utilitarista, que pressupõe o comportamento econômico
minimamente afetado pelos relacionamentos e pela estrutura social. Em
contrapartida, na perspectiva institucional e na sociologia econômica, o
comportamento econômico está imerso nas relações sociais, em que estão
presentes o controle, o isomorfismo e a homogeneidade das formas
organizacionais. Nesse sentido, este artigo analisa como o isomorfismo
(mimético, normativo e coercitivo) e a capacidade de controle suportam
uma estrutura de coordenação coesa e estável entre as empresas de uma
planta modular da indústria automotiva. Ao conciliar o isomorfismo e o
controle, combinam-se duas perspectivas institucionais de campo,
distintas, porém complementares: 1) a primeira perspectiva de campo,
entendida como a totalidade dos atores relevantes, em que se constroem
significados comuns; e 2) a segunda perspectiva de campo, entendida como
uma esfera institucional de interesses com disputas de poder. A
pesquisa é de natureza exploratória, descritiva, baseada em estudo de
caso e entrevistas com o diretor de produção da montadora e com outros
dois diretores de produção dos fornecedores modulistas. Alguns
resultados da pesquisa mostram como a montadora emprega mecanismos e
rotinas altamente institucionalizadas, capazes de controlar e
homogeneizar o comportamento e o desempenho dos fornecedores de
autopeças. Esses mecanismos não se limitam tão somente aos aspectos
formais das relações, mas também aos aspectos informais (relações,
confiança, normas etc.), capazes de institucionalizar diversas das
práticas produtivas e de estabilizar as relações na coordenação das
atividades da planta. O artigo lança a atenção para o paradoxo da
agência socialmente imersa, o controle e a homogeneidade presente nas
relações interorganizacionais. O artigo também contribui para o
entendimento de como os aspectos socialmente imersos estão presentes nos
processos de coordenação entre as empresas.