ID: 54131
Autoria:
Thiago Alberto dos Reis Prado, Maísa de Souza Ribeiro, Marcelo Botelho da Costa Moraes.
Fonte:
Advances in Scientific and Applied Accounting, v. 12, n. 1, p. 65-81, Janeiro-Abril, 2019. 17 página(s).
Palavras-chave:
Características Institucionais dos Países , Passivos Ambientais , Passivos Contingentes Ambientais , Provisões Ambientais
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Esta pesquisa objetiva investigar a relação entre as características institucionais dos países de origem das empresas, que adotam IFRS, e a evidenciação das provisões e passivos contingentes ambientais. Com base na Teoria Institucional, espera-se que as características institucionais dos países exerçam pressões sobre as práticas de evidenciação, indo de encontro aos objetivos do IASB de comparabilidade em nível global. A pesquisa tem como amostra 614 observações de 123 companhias do Brasil, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Austrália e China, de setores que exploram o meio ambiente com mais intensidade. O período de análise compreende os anos de 2011 a 2015. Como metodologia, empregou-se análise fatorial e regressões com modelos de dados em painel. Os resultados obtidos mostraram que o disclosure de provisões ambientais está relacionado com o fator construído pelas variáveis de interesse dos sistemas político, financeiro e cultural do país de origem das empresas. No entanto, em relação a passivos contingentes ambientais, não foi encontrada relação estatisticamente significativa com o fator. As evidências de isomorfismo coercitivo e mimético encontradas permitem inferir que a evidenciação de provisões ambientais está relacionada com fatores múltiplos e conflitantes com o escopo de comparabilidade do IASB, o que prejudica este objetivo e sinaliza a não comparabilidade. A principal conclusão deste trabalho é a de que, apesar de existirem pressões normativas para a existência da comparabilidade, há pressões institucionais conflitantes de outros atores sociais, de caráter coercitivo e mimético, fazendo com que as empresas, em busca de legitimidade, conduzam suas práticas de reporte estrategicamente, indo de encontro aos objetivos do IASB.