ID: 50324
Autoria:
Anne Pinheiro Leal, Tadeu Vieira de Almeida, Márcio André Leal Bauer.
Fonte:
Farol - Revista de Estudos Organizacionais e Sociedade, v. 2, n. 5, p. 877-929, Setembro-Dezembro, 2015. 53 página(s).
Palavras-chave:
gestão de pessoas , Prazer no trabalho , sofrimento no trabalho , subjetividade e trabalho
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O presente trabalho se propõe, a partir de uma abordagem psicodinâmica, a analisar de que forma as vivências de prazer e sofrimento se relacionam com a organização do trabalho em uma agência bancária. Escolheu-se para análise a atividade de atendimento ao público, tendo em vista ser ela de extrema relevância social, já que o banco escolhido lida com um público de baixa escolaridade e que depende do profissional bancário como mediador para utilização de serviços financeiros, em especial de programas sociais. A pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso de natureza qualitativa realizado numa agência de um banco público. Além da observação participante, foram realizadas entrevistas com alguns funcionários ligados à atividade de atendimento ao público. O estudo contribuiu para identificar dois grandes grupos de fontes de sofrimento no trabalho: aqueles ligados às mediações entre o sujeito e os meios de produção (layout, tecnologia da informação, política de valorização, treinamento, sobrecarga) e os referentes às mediações entre sujeito que trabalha e outros sujeitos (usuários, pares, hierarquia, conflito de interesses). Por outro lado, é na relação com o usuário que os atendentes encontram prazer e sentido no seu trabalho, mesmo com todas as dificuldades impostas pela organização, o que explica porque, apesar de intenso desgaste no trabalho, a atividade de atendimento ao público ainda figura como preferência desses trabalhadores