ID: 17231
Autoria:
Miguel Pina e Cunha, João Vieira da Cunha, Sônia Dahab.
Fonte:
Revista de Administração Contemporânea, v. 5, n. n.spe, p. 197-215, Dezembro, 2001. 19 página(s).
Palavras-chave:
dialéctica , paradoxos , qualidade
Tipo de documento: Artigo (Português)
Ver Resumo
Muitas
publicações sobre a qualidade exaltam, naqueles que a implementam,
comportamentos pouco compatíveis com a imagem e a prática de verdadeiro gestor,
aquele que existe não apenas no mundo dos livros de gestão mas também
em carne-e-osso. A exaltação dos comportamentos incomuns dos gestores de
sucesso é materializada em histórias de empresas que, por praticarem a
gestão desta forma excepcional, melhoraram radicalmente os seus
resultados, quer em qualidade quer em rentabilidade. Aparentemente,
pouco mais resta aos gestores que procuram a qualidade total, do que
resignarem-se e esforçarem-se por adquirir esta nova (e desconfortável)
forma de estar. Contudo, ao analisar estas histórias com mais
profundidade, nelas encontramos muitos dos elementos da gestão
tradicional, ainda que exercidos de uma forma qualitativamente
diferente. Esses elementos proporcionam os resultados exigidos pela
envolvente turbulência que muitas organizações enfrentam. São
encontrados naquelas organizações em que a gestão tradicional (tese) se
encontra com a gestão moderna (antítese), resultando não num
compromisso, mas numa síntese. Daqui resultam cinco princípios de uma
visão dialéctica da qualidade: (1) menos inspecção para promover a
qualidade dos produtos, (2) controlo para promover a autonomia, (3)
liderança autoritária para promover a participação, (4) desconfiança
para promover a confiança, e (5) rotinização/planeamento rígido para
promover a criatividade.