ID: 63777
Autoria:
Marcos Paulo Rodrigues de Souza, Pery Francisco Assis Shikida.
Fonte:
Contabilidade, Gestão e Governança, v. 24, n. 1, p. 92-108, Janeiro-Abril, 2021. 17 página(s).
Palavras-chave:
Ativos biológicos , Cana de açúcar , Comparabilidade , Plantas portadoras
Tipo de documento: Artigo (Português)
Ver Resumo
Objetivo: identificar o impacto das emendas do IASB à IAS 16 e à IAS 41 na posição econômico-financeira das empresas sucroenergéticas brasileiras, no período de transição de 2015 a 2017. Método: em uma amostra de 64 companhias, utilizou-se o inverso do índice de Comparabilidade de Gray para mensurar o impacto, e o teste de Wilcoxon pareado para identificar a significância. Originalidade/Relevância: essa nova política contábil dividiu a planta e a produção em dois ativos, com diferentes modelos de mensuração. No processo de contabilização das lavouras de cana de açúcar, a soqueira da cana de açúcar, considerada uma planta portadora, passa a ser mensurada pelo custo histórico e classificada como imobilizado, enquanto que a cana em pé continua a ser mensurada pelo valor justo, mas reportada no ativo circulante. Resultados: os ajustes contábeis retrospectivos impactaram, significativamente, a maioria das variáveis analisadas. Melhoraram a liquidez corrente e o giro do ativo, e impactaram negativamente a participação de capitais de terceiros, a imobilização do patrimônio líquido, a liquidez geral e o retorno sobre o patrimônio líquido. A composição do endividamento, a liquidez seca, a margem líquida, o retorno sobre investimentos e o ciclo operacional se mantiveram relativamente estáveis. Contribuições teóricas/metodológicas: o estudo demonstra que as Emendas às IAS 16 e IAS 41 implicam a perda de comparabilidade dos números contábeis e dos indicadores econômico-financeiros em relação a períodos anteriores. Além disso, considerando-se as peculiaridades das lavouras de cana de açúcar, o estudo fornece evidências que contribuem com as discussões sobre a mensuração do valor justo da cana em pé.