ID: 14847
Autoria:
Renan Springer de Freitas.
Fonte:
Revista de Administração Pública, v. 19, n. 4, p. 27-37, Outubro-Dezembro, 1985. 11 página(s).
Tipo de documento: Artigo (Português)
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As prisões são contextos particularmente privilegiados para o estudo da ordem social enquanto fenômeno emergente de negociações subjacentes a processos interativos. A natureza da sua clientela e o grau de privação a que ela está submetida evocam, mais que em qualquer outro tipo de organização, modelos de análise que derivam sua ordem interna de: a) esquemas de punição e recompensa que, na medida em que fornecem aos prisioneiros bases claras e confiáveis para o cálculo dos custos e benefícios adstritos aos seus atos, mostram-se eficazes na conformação dos mesmos a preceitos organizacionais (modelos utilitaristas); b) dispositivos organizacionais que se mostram eficazes na definição e implementação de distâncias hierárquicas e morais entre prisioneiros e funcionários -- o que dá ênfase à importância de medidas preventivas de controle, tais como a disciplina, a vigilância, as revistas e o isolamento de internos "problemáticos" (modelos racional-burocráticos).