ID: 57936
Autoria:
Thyciane Santos Oliveira, Manoel Pereira da Rocha Neto, Laís Karla da Silva Barreto, Lydia Maria Pinto Brito, Leonardo Victor de Sá Pinheiro.
Fonte:
Revista de Administração da Unimep, v. 18, n. 1, p. 91-110, Janeiro-Abril, 2020. 20 página(s).
Palavras-chave:
Dependência do celular , Nomofobia , Smartphone , Universitários
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O crescimento do uso do telefone celular em todo o mundo trouxe mudanças revolucionárias nas formas como as pessoas interagem umas com as outras. Entretanto, são poucos os conhecimentos de como os indivíduos usam e os efeitos da utilização demasiada desses aparelhos. Nessa perspectiva, diversos estudos direcionam seu foco principalmente para os benefícios e vantagens que essa tecnologia pode proporcionar, sendo ainda poucos os que se detém a analisar os impactos negativos da utilização em excesso do smartphone. Ao ser conhecida como o transtorno do século XXI, a nomofobia está relacionada ao medo e fobia de ficar sem contato ou acesso à internet, computadores e telefone celular. O interesse por estudos sobre esse tema é relativamente recente, constituindo-se num campo multi, inter e transdisciplinar, que desafia os pesquisadores a compreenderem sua complexidade a partir de um enfoque múltiplo. Diante disso, procurando uma melhor forma de explorar e abordar a relação dessa dependência tecnológica, traçou-se como objetivo desta pesquisa investigar o nível de nomofobia e as características comportamentais de universitários em relação à dependência do celular. Para isso, foi adotada uma abordagem multimetodológica, participando do estudo 377 estudantes do curso de Administração de Empresas das cidades de Fortaleza/CE e Natal/RN. Os dados quantitativos foram analisados com a ajuda do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), versão 20.0; e os dados qualitativos por meio da análise de conteúdo temática. Os resultados demonstraram que 35% dos pesquisados apresentaram sinais em nível moderado e grave de dependência do aparelho. A complexidade dessa dependência apontou para a possibilidade de múltiplas causas a influenciá-la, o que foi constatado pela maior dependência das mulheres, das pessoas mais jovens e dos estudantes que estavam nos semestres mais avançados do curso. Os significados atribuídos ao celular giraram em torno da sua importância como um meio de comunicação, a necessidade de uso e a possibilidade de organização que as diferentes ferramentas proporcionam. Além disso, o caráter íntimo de dependência e relação com o aparelho também foi constatado por fortes características atribuídas aos celulares, associando-os a uma parte do corpo, um filho, complemento da vida e como fundamental para a sobrevivência. O termo nomofobia ainda é pouco conhecido pelo público pesquisado, possuindo, em alguns casos, uma compreensão imprecisa e confusa. Do ponto de vista gerencial, espera-se que as identificações encontradas permitam um maior entendimento da importância de se discutir o tema no ambiente acadêmico e organizacional, bem como uma reflexão acerca dos cuidados a serem adotados com o uso demasiado desses aparelhos.
