ID: 47985
Autoria:
Mayara Francielle Gonçalves, Silvio Roberto Stefano, Thais Accioly Baccaro.
Fonte:
Revista de Administração da Unimep, v. 15, n. 3, p. 51-73, Maio-Agosto, 2017. 23 página(s).
Palavras-chave:
Cooperativas , Gestão de Pessoas , Sustentabilidade
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Num contexto de demanda por sustentabilidade como o atual, as organizações são constantemente pressionadas por soluções e estratégias que englobem os pilares econômicos, sociais e ambientais. Como demonstrado nos estudos de Jabbour e Santos (2008) e Albuquerque (2002) essas soluções devem apresentar uma mudança significativa nas percepções, prioridades, pensamentos e valores dos indivíduos. Sendo as pessoas e as organizações, agentes centrais na busca pela sustentabilidade, esta pesquisa tem por objetivo compreender como os níveis de sustentabilidade organizacional (SO) se relacionam com as práticas de gestão estratégica de pessoas (GEP). O modelo teórico escolhido para dar suporte ao instrumento de pesquisa e análise dos resultados foi fundamentado nos trabalhos de Albuquerque (2002) e Van Marrewijk e Werre (2003) que abordam, respectivamente, as práticas de gestão estratégica de pessoas e os níveis de sustentabilidade organizacional. Já os procedimentos metodológicos envolveram um estudo de caso em profundidade em uma cooperativa agroindustrial atuante no norte do Paraná que produz, processa e industrializa produtos derivados do leite desde 1982. Para isso, foram realizadas entrevistas semiestruturadas com o gerente e analistas das áreas de administração financeira, sustentabilidade e gestão de pessoas, juntamente com a análise documental dos relatórios de atividades dos últimos dois anos, procedimentos internos, manuais de integração e coleta seletiva e website oficial da cooperativa. A pesquisa em questão mostra se relevante, pois além de haver poucos estudos que buscam compreender as relações entre os níveis de sustentabilidade organizacional com as práticas de gestão de pessoas, identificou-se a necessidade de verificar se as práticas de gestão de pessoas interferem no nível de sustentabilidade propagado pela organização e se ela pode ser uma facilitadora para que o objetivo estratégico seja alcançado. Diante disso, obteve-se como resultado que o alinhamento estratégico de gestão de pessoas com os objetivos sustentáveis da cooperativa são proporcionais aos níveis de sustentabilidade apresentados. Com isso, pode-se concluir que caso a organização apresente baixos níveis de sustentabilidade, é provável que haja um baixo alinhamento da gestão estratégica de pessoas, revelando que a área interfere nos níveis de sustentabilidade e detém de certa influência para que os objetivos estratégicos da organização sejam atingidos. Sendo assim, as práticas de sustentabilidade organizacional e gestão estratégica de pessoas encontradas revelam que os níveis de SO são baixos na cooperativa, constituindo-se de ações voltadas para atender à legislação e aquelas que podem oferecer algum benefício financeiro. Isso revela que as motivações da cooperativa são voltadas ao pilar econômico de sustentabilidade, mas suas práticas se diferenciam entre os três pilares devido a sua atividade ser altamente dependente de questões ambientais e apresentar características específicas que devem atender às normas e leis vigentes, além de sua localização muito próxima da comunidade ao entorno.