ID: 67708
Autoria:
Elisa Mirales, Sandra Mara de Alencar Schiavi, José Paulo de Souza, Amanda Ferreira Guimarães.
Fonte:
Revista de Administração da Unimep, v. 19, n. 7, p. 1-21, Janeiro-Maio, 2022. 21 página(s).
Palavras-chave:
Cadeias produtivas , Competividade , Cooperação
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O comportamento das firmas é dominado pela competição entre elas, aliada às incertezas e às turbulências do ambiente de negócios. Isso faz com que cadeias produtivas estejam em constante mudança, relacionadas à globalização, tecnologia, crescimento do individualismo, variações da demanda, requisitos de segurança e qualidade, o que se tornando um desafio para os gestores. Sendo assim, o ambiente organizacional é caracterizado como dinâmico e complexo, desafiando as estruturas tradicionais de mercado. Dessa maneira, duas visões podem se sobrepor para compreender a coordenação de cadeias produtivas: a Economia dos Custos de Transação (ECT) e a Abordagem de Redes Interorganizacionais. Enquanto na ECT há uma predominância dos estudos de coordenação vertical, cujo paradigma centra-se na temática da coordenação vertical da produção, na Abordagem de Redes, existe uma preocupação com as relações horizontais entre as empresas pertencentes a determinada indústria ou grupo particular. Entende-se, pois, que ambas as perspectivas, combinadas, podem oferecer um quadro geral de avaliação das relações empresariais, de forma a desenvolver um estudo que vise tanto o comportamento cooperativo, como o comportamento competitivo das empresas. Nesse contexto, dada a complexidade das coordenações, o presente artigo teve como objetivo identificar como as visões da Economia dos Custos de Transação e da Abordagem de Redes Interorganizacionais se sobrepõem, a fim de compreender o funcionamento e a coordenação das cadeias produtivas. Realizou-se um estudo bibliográfico, o qual envolveu uma pesquisa de natureza qualitativa do tipo descritiva. Com relação a Economia dos Custos de Transação, foram utilizados artigos seminais de Coase (1937) e Williamson (1985), assim como trabalhos de Zylbersztajn (2005), Williamson (2008) e Hodgson (2019). Referente à Abordagem de Redes, envolveu os artigos introdutórios de Grandori e Soda (1995) e Jarillo (1988), assim como com os artigos de Gulati, Nohria e Zaheer (2000), Omta, Trienekens e Beers (2001), Lazzarini, Chaddad e Cook (2001) e Begnis, Pedrozo e Estivalete (2008). Como resultado da sobreposição, observou-se que, para a ECT, as empresas buscam coordenar as transações por meio da seleção daquelas estruturas de governança que, sob condições de racionalidade limitada e comportamento oportunista dos agentes, melhor contribui para a minimização dos custos de transação. Por outro lado, relacionado à Abordagem de Redes, a coordenação não visa apenas objetivos econômicos, mas também a confiança entre os agentes, reputação e ganhos de capital social, os quais proporcionam um acesso mais fácil às informações, apoios técnicos, melhor acesso aos mercados, maiores aprendizados, bem como compartilhamento de riscos. Logo, conclui-se que a coordenação possibilita, ao mesmo tempo, a coordenação eficiente das atividades no cenário econômico, por meio do posicionamento em redes valiosas, a fim de se beneficiar de novas informações e da diversidade de conhecimento.