ID: 67018
Autoria:
Daniel Féo Castro de Araújo, Fernando Luiz Araújo Sobrinho.
Fonte:
Desenvolvimento em Questão, v. 20, n. 58, p. 1-22, Janeiro-Março, 2022. 22 página(s).
Palavras-chave:
consumo , espaço social , migrantes nordestinos , signos , Violência simbólica
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Este artigo propõe demonstrar o processo de construção e reprodução das múltiplas identidades e sociabilidades existentes entre os trabalhadores assalariados, de origem nordestina, que migraram para Ituiutaba, Minas Gerais, e dos moradores locais. A migração desses trabalhadores é de caráter pendular e, às vezes definitiva, sendo motivada pela oferta de empregos no complexo sucroenergético, principal atividade econômica do município. A metodologia utilizada para o desenvolvimento da pesquisa tem por base inicial a revisão bibliográfica para a busca de referenciais para o entendimento do fenômeno e também para a construção de referencial teórico articulado às demais etapas do estudo, tais como o levantamento de dados de fontes primárias por meio da realização de trabalho de campo e entrevistas, cujo objetivo foi identificar e dar voz aos sujeitos sociais envolvidos nas migrações, possibilitando examinar as relações dos migrantes com o uso de tecnologias, educação e relações de trabalho. Destaca-se que as entrevistas, bem como a identificação dos sujeitos e o uso de suas falas, foi autorizada mediante assinatura de termo de consenti mento. Sendo assim, buscamos, por meio das ferramentas, isto é, pelos conceitos nomeados, aliar teoria e realidade ao procurar compreender a imbricação entre os eventos concretos materiais e imateriais e a análise, ou seja, aquilo praticado cotidiana e geograficamente pelos sujeitos teorizando-a. Isso implica buscar refazer, invariavelmente, a teoria com a prática e vice-versa, numa revisão teórico-empírica dos fenômenos, enfim, das relações socialmente produzidas aqui, e, em especial, pela e na dinâmica migratória. Como resultado da pesquisa temos a criação de novas denominações locais, como “tijucanos” e “alagoanos”, que refletem a segregação socioespacial entre moradores locais e migrantes.