ID: 68933
Autoria:
Silvia Pereira de Castro Casa Nova.
Fonte:
Advances in Scientific and Applied Accounting, v. 15, n. 2, p. 30-46, Maio-Agosto, 2022. 17 página(s).
Palavras-chave:
contabilidade , gênero , mulheres , sucesso acadêmico , sucesso na carreira
Tipo de documento: Artigo (Português)
Ver Resumo
Objetivo: Pesquisas que tratam de gênero concluem que as mulheres avaliam seu sucesso de maneiras distintas, e que tendem a ser diferentes daquelas utilizadas pelos homens (Dyke & Murphy, 2006). As mulheres acadêmicas lutam para se perceberem como bem-sucedidas usando os critérios sociais padrão de sucesso (Hoskins, 2010, 2012), uma luta que é ainda mais difícil em áreas predominantemente masculinas, que têm ritos, símbolos e ritmos não construídos por/para mulheres. Tendo isto em mente, meu propósito é entender melhor como as mulheres acadêmicas percebem seu sucesso na academia em contabilidade no Brasil, uma área predominantemente masculina. Método: Para atingir este objetivo, examino as trajetórias de quatro professoras de contabilidade bem-sucedidas no Brasil. Utilizei uma abordagem qualitativa baseada em entrevistas em profundidade. Resultados ou Discussões: Minha análise permite concluir que, na mesma medida em que elas são bem-sucedidas considerando os chamados critérios objetivos de sucesso (Hoskins, 2010), ao examinar profundamente as barreiras e os impulsionadores que enfrentaram durante sua trajetória, percebemos o custo pago para chegarem até "o topo", mas as compensações tornam possível "ridin' down the highway". Contribuições: Critérios objetivos de sucesso implicam fracassos, desvantagens ou conseqüências negativas para outras dimensões da vida das mulheres, o que pode levar a uma subvalorização de sua sucesso no ambiente acadêmico, e que pode estar relacionada à idéia de sucesso parcial. Este estudo pretende contribuir identificando barreiras e impulsionadores para seguir uma carreira acadêmica em Contabilidade no Brasil, marcada pelo baixo nível de participação de mulheres. Além disso, políticas e ações específicas ajudariam a mudar a situação atual, reduzindo custos ou desafiando critérios tradicionais usados para avaliar o sucesso acadêmico, no caso de mulheres e de outros grupos não-hegemônicos.