ID: 67350
Autoria:
Tatiane Melo, Liliane Oliveira Guimarães.
Fonte:
Revista de Gestão Social e Ambiental, v. 16, n. 1, p. 0-0, Janeiro-Março, 2022. 1 página(s).
Palavras-chave:
Brumadinho , Desigualdades sociais , Gestão de riscos e desastres , Pandemia de Covid-19 , rompimento da barragem
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Objetivo: Discutir como as vulnerabilidades, principalmente no que tange às desigualdades sociais, estão atreladas aos desastres e como elas se potencializam diante da ocorrência dos mesmos, agravando ainda mais a situação de grupos e comunidades em condições de fragilidade. Referencial Teórico: O desastre do rompimento da barragem da Vale foi analisado a partir da proposta de Gestão de Riscos de Desastres (GRD) apresentada pelo Sendai Framework, que se baseia no fortalecimento de ações e medidas de prevenção de desastres, bem como no aumento à preparação para respostas e recuperação diante de desastres que possam vir a ocorrer. Metodologia/abordagem: O método utilizado foi o estudo de caso. Foram realizadas pesquisas documentais, observação participante de grupos de WhatsApp e três entrevistas com representantes do setor público e da sociedade civil, além de sete entrevistas com cidadãos de Brumadinho. A análise de conteúdo foi a estratégia para análise dos dados. Principais resultados: A experiência do município de Brumadinho demonstra como a recuperação de um desastre é difícil de ser realizada e torna ainda mais vulnerável e exposta ao risco a população atingida, potencializando fragilidades e desigualdades. Implicações da pesquisa: A situação da cidade mineira evidencia a construção processual dos desastres e como o atual modelo de desenvolvimento econômico e produtivo precisa ser repensado. As críticas à gestão do desastre e a negligência quanto à sua prevenção podem servir para nortear decisões do poder público no sentido de desenvolver ações de prevenção e redução de danos. Originalidade/valor: Estudos empíricos que discutam a relação entre desastres, vulnerabilidades e desigualdades sociais são fundamentais para se obter uma melhor compreensão sobre complexidade que envolve a gestão de desastres, e, principalmente, mostrar como as desigualdades são potencializadas a partir da ocorrência de eventos dessa magnitude, agravando ainda mais a situação de grupos e comunidades em condições de fragilidade O artigo também contribui para a literatura da área na medida em que analisa os efeitos de superposição de desastres – rompimento de barragem e pandemia – na população mais vulnerável.