ID: 15010
Autoria:
Hilka Vier Machado, Sebastião Gazola, Miguel Eduardo Moreno Anez.
Fonte:
Revista de Administração Mackenzie, v. 14, n. 5, p. 177-200, Setembro-Outubro, 2013. 24 página(s).
Palavras-chave:
Criação de empresas , Empreendedoras , Empreendedorismo , Mulher empreendedora , Processo empreendedor
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Empreendedoras iniciam negócios predominantemente nos setores de
comércio e serviços (RICHARDSEN; BURKE, 2000; SANNER, 2000; SOLTESZ,
2000), sendo geralmente pequenos negócios (BAYGAN, 2000; BOCHNIARZ,
2000; RICHARDSEN; BURKE, 2000; SANNER, 2000; ZAPALSKA, 1997) e a maioria
desses negócios não começam com mais do que dez empregados (MORRIS et
AL, 2006). Mulheres encontram dificuldades para empreender, tais como:
longas horas de trabalho, pressões familiares, conflitos com sócios e
pouco acesso a financiamentos e a redes (LITUCHY; REAVLWY, 2004; MATHEW,
2010; WINN, 2005). No entanto, há pouco conhecimento sobre aspectos
associados à criação de empresas. Assim, o objetivo desta pesquisa foi
compreender as condições antecedentes à criação das
empresas, bem como as razões e dificuldades encontradas por mulheres
para criação das empresas. Avaliou-se ainda a relação entre dificuldades
e o montante do capital inicial. A pesquisa foi feita em Natal, capital
do Rio Grande do Norte. A técnica de amostragem foi a não
probabilística por julgamento e a amostra aleatória simples foi
constituída por 96 empreendedoras. O instrumento para coletar dados foi
um questionário estruturado. A análise dos dados foi feita por meio da
estatística descritiva, incluindo média ponderada, correlação linear e
análise de freqüências simples. Ademais, utilizou-se análise de clusters
para identificar grupos de atributos similares usando o Software Statistica
8.0. Para investigar relação entre as dificuldades encontradas e o
capital inicial utilizou-se o coeficiente de correlação linear de
Pearson. Entre os resultados obtidos ressalta-se, o reduzido capital
inicial e a abertura inicial da empresa na informalidade por 37
empreendedoras. Quanto às razões para abrir a empresa, o estudo mostrou
um grupo de fatores: estava insatisfeita com o trabalho anterior;
queria ganhar dinheiro e queria ganhar muito dinheiro. As dificuldades
para a criação do negócio foram: a falta de experiência no ramo e de
tempo para participar em redes, dificuldade em obter capital inicial e
falta de apoio da família. Esses resultados reforçam a premissa que a
forma de criação de negócios por mulheres pode contribuir para o
crescimento reduzido dessas empresas.