ID: 55859
Autoria:
Rodrigo Zeidan, Christiano Vanzin.
Fonte:
Revista Brasileira de Finanças, v. 17, n. 4, p. 77-90, Outubro-Dezembro, 2019. 14 página(s).
Palavras-chave:
Capital de giro , CCC , Ciclo financeiro , Empresas de capital fechado , Endividamento , Geração de valor , GMM , ROA
Tipo de documento: Artigo (Português)
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Nesse artigo adaptamos um modelo padrão de gestão de ciclo financeiro para estabelecer hipóteses mensuráveis para um universo diverso daqueles normalmente estudados em trabalhos empíricos de finanças: empresas de capital fechado. Primeiramente, a partir do modelo geral de relação entre ciclo financeiro, prazo médio de pagamento, prazo médio de recebimento e prazo médio de vendas e resultado operacional das empresas brasileiras de capital fechado, definimos hipó-teses que relacionam medidas de lucratividade, como retorno sobre ativo (ROA) e retorno sobre patrimônio líquido (ROE) e medidas do ciclo financeiro. A amostra final é um painel de 318 empresas brasileiras de capital fechado que publicaram informações contábeis em pelo 8 de 9 dos exercícios fiscais entre 2009 e 2017. Para lidar com a endogeneidade entre as variáveis contábeis, estimamos regressões via métodos generalizados de momentos (generalized methods of moments – GMM). As evidências indicam que melhoras no ciclo financeiro melhoram ROA mas não ROE. Hipóteses adicionais incluem: (1) empresas com ciclo financeiro negativo tendem a crescer mais rápido; (2) empresas mais endividadas têm melhor gestão do ciclo financeiro; (3) empresas menores têm ciclo financeiro maior; e (4) empresas com maior ciclo financeiro devem ter maior margem operacional. A principal evidência é que a diminuição no CCC leva a um aumento do retorno sobre ativo (mas não ROE). Outras regressões mostram que somente o ROA afeta o custo do endividamento das empresas, e que o nível de endividamento das empresas é relevante do ponto de vista estatístico para explicar o cres-cimento da receita das empresas (efeito esse que provavelmente captura o tamanho das empresas). Ainda assim, sem endividamento por parte das empresas, há um menor crescimento das vendas. No final, também encontramos que há relação positiva entre gestão financeira e operacional, uma relação inesperada.