ID: 34536
Autoria:
Marco Aurélio Goulart Canongia, Adolfo Henrique Coutinho e Silva.
Fonte:
Pensar Contábil, v. 16, n. 61, p. 4-17, Setembro-Dezembro, 2014. 14 página(s).
Palavras-chave:
Contabilidade de Hedge , CPC 38 , Estudo de Evento , Métricas Contábeis , Mudanças de Práticas Contábeis , Retorno Anormal
Tipo de documento: Artigo (Português)
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O presente estudo tem o objetivo de analisar a reação do mercado, através do método de estudo de eventos, nas empresas não financeiras (Petrobras, Braskem, Tupy, Randon e Fras-Le) que anunciaram a adoção da contabilidade de hedge , regulamentada pelo Pronunciamento Técnico CPC 38, no período de 01/01/2013 a 28/02/2014. As empresas estudadas designaram formalmente as relações de hedge como de fluxo de caixa, onde protegeram suas receitas futuras de exportações em dólares, consideradas como altamente prováveis, com parcela de suas obrigações com vencimentos futuros, também em dólares. Com base no cálculo do retorno ajustado ao risco e ao mercado, usando o modelo de mercado (baseado no modelo teórico CAPM - Capital Asset Pricing Model ), foram apurados o Retorno Anormal (RA) e Retorno Anormal Acumulado (CAR) das ações ordinárias e preferenciais das empresas analisadas. Os resultados estatísticos demonstram que nenhuma empresa apresentou retorno anormal na data do anúncio do evento (d0). Os retornos anormais dos títulos Petrobras PN, Braskem ON e PN, Tupy ON e Fras-Le ON não apresentaram nenhuma significância estatística na janela do evento, enquanto que apenas os títulos Petrobras ON e Randon PN apresentaram retorno anormal (negativo em d-1 (-6,67%); e positivo em d-3 (2,67%) e d+1 (3,1%), respectivamente). O resultado do presente estudo demonstra que os eventos não foram percebidos de forma idêntica pelo mercado, assim, os efeitos da mudança de prática contábil dependem das características da operação, bem como da empresa que efetuou o anúncio de mudança de prática. O presente estudo contribui para melhorar o entendimento sobre os impactos da divulgação de mudanças de práticas contábeis nos preços das ações de empresas de capital aberto, especialmente no que se refere à adoção da contabilidade de hedge , aplicada de forma opcional pelas empresas.