ID: 48474
Autoria:
Shalimar Gallon.
Fonte:
Caderno Profissional de Administração da UNIMEP, v. 7, n. 2, p. 82-100, Julho-Dezembro, 2017. 19 página(s).
Palavras-chave:
Etnocentrismo , Expatriação , Gestão de Pessoas , Gestão de Pessoas Internacional , Internacionalização
Tipo de documento: Artigo (Português)
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A expatriação é um processo corrente na condução dos negócios internacionais, auxiliando na interface e no alinhamento de políticas e práticas da Gestão de Pessoas (GP). Há, assim, a necessidade de gerir as pessoas globalmente, como se o mundo constituísse um grande mercado e, simultaneamente, gerir localmente, como se o mundo fosse formado por diversos mercados separados, mas levemente ligados. Tal perspectiva contempla diversos desafios para a GP frente às diversas configurações da área (estratégica, doméstica, internacional e global). Para tanto, foi realizado um estudo de caso em uma empresa brasileira e na sua subsidiária portuguesa a fim de analisar as configurações da GP a fim de atender as estratégias da organização e gerir o processo de expatriação no que concerne aos negócios internacionais. O estudo é de caráter qualitativo e contemplou 23 entrevistas, as quais foram realizadas por meio de um roteiro semiestruturado e analisadas pela técnica de análise de conteúdo com o auxílio do software Max-Qda (2007) na organização das categorias de análise. Os dados sinalizam que a empresa ainda precisa se desenvolver em termos de GP e internacionalização; ela é internacional, mas não é internacionalizada. A empresa estudada está amadurecendo internacionalmente, mas está focada nas decisões tomadas na matriz, apresentando uma GP etnocêntrica, a qual envia as diretrizes para as subsidiárias no exterior, pois a GP da subsidiária portuguesa desenvolve atividades burocráticas e operacionais e depende das decisões tomadas na matriz. Em função disso e da perspectiva multinacional da empresa, não foi identificado uma GP global faltando, assim, desenvolver um papel mais colaborativo para a empresa de maneira global. Isso implica em políticas e práticas de gestão centralizadoras e etnocêntricas, ou seja, não leva em consideração a aprendizagem internacional da empresa. Isso acarreta em uma expatriação como uma prática pontual e não como um processo. A expatriação tem foco na missão em si, ou seja, não se preocupa com as contribuições organizacionais que a expatriação envolve, principalmente, no momento de definir o objetivo da expatriação e da repatriação. Esse processo é entendido como a transferência de um empregado entre unidades, com contribuições pontuais. Sem objetivos e estratégias, a empresa se torna dependente do processo de expatriação para a sua expansão internacional, visto a sua perspectiva etnocêntrica e centralizadora. Fica evidente que a GP internacional tem um papel operacional e que a empresa não está preparada para atender as demandas globais de GP, como a gestão de equipes multiculturais que o amadurecimento internacional propicia nas organizações.